12.6.13

Ciganos em Portugal Aproximar comunidades e culturas

in Registo

A estratégia para a inclusão está aprovada, mas as expectativas em relação ao sucesso são baixas. O fosso cavado entre ciganos e não-ciganos é “imenso”. Vista uma saia preta, comprida e travada; junte-lhe uma camisola da mesma cor, justa, adornada com brilhantes; deixe os cabelos soltos sobre os ombros e ponha brincos grandes, dourados, vistosos.

Quando trocar impressões com a pessoa que a acompanha, de preferência alguém com uma indumentária semelhante e de pele morena, fale alto, com uma pronúncia cantada, arrastando a última sílaba das palavras, como os ciganos nas feiras.

Entre num supermercado e mexa nalguns produtos - pegue num creme, por exemplo, volte a colocá-lo no lugar e retire outro. Que aconteceu?
“Por esta hora”, calcula Olga Mariano, presidente da Associação para o Desenvolvimento das Mulheres Ciganas Portuguesas (Amucip), “já se aproximou um funcionário ou um segurança”. “Não tarda”, continua, “os seus movimentos estão a ser vigiados de forma ostensiva, o que chamará a atenção de outros clientes do estabelecimento, que vão replicar os olhares vigilantes, desconfiados e reprovadores.

Agora imagine que isto acontece todos os dias, várias vezes por dia, nas mais diversas circunstâncias”, propõe. A dirigente da Amucip procura mostrar, através do desafio, por que é que os sete anos previstos para a Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas (ENICC), aprovada a pouco mais de uma semana do Dia Internacional do Cigano, que se comemorou na semana passada, não provocou grandes manifestações de alegria. “Pense nisso - vai entender por que é que os sete anos e as muitas medidas previstas na ENICC são insuficientes, tendo em conta o muito que é preciso mudar para que se possa falar de integração”, corrobora o presidente da Federação das Associações Ciganas de Portugal (Fecalp), António Pinto Nunes.

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