in Público on-line (P3)
Maioria dos alunos está mal informada sobre as oportunidades de trabalho antes de sair do ensino secundário, segundo um estudo apresentado esta segunda-feira em Bruxelas
Portugal tem uma das mais altas percentagens de jovens que queriam prosseguir os estudos, mas não têm possibilidade de os pagar (38%), revela um inquérito patrocinado pela Comissão Europeia que é apresentado nesta segunda-feira em Bruxelas. O mesmo estudo revela que os alunos não estão bem informados sobre as oportunidades de trabalho antes de terminarem a escola secundária.
O inquérito, intitulado Educação para o Emprego: “Pôr a Juventude Europeia a Trabalhar” e elaborado pela consultora McKenzie, questionou 5300 jovens, 2600 empregadores e 700 instituições educativas de oito países da União Europeia: França, Alemanha, Grécia, Itália, Portugal, Espanha, Suécia e Reino Unido.
O documento sublinha que entre os oito países estão as cinco maiores economias da Europa (Inglaterra, França, Alemanha, Itália e Espanha), dois dos países mais afectados pela crise (Grécia e Portugal) e um da Escandinávia (Suécia). No conjunto, estes países têm perto de 75% do desemprego jovem na União Europeia a 28.
O valor das propinas pago pelos estudantes nas universidades públicas ultrapassa os mil euros por ano e o relatório indica outro factor que eleva as despesas: a deslocação da área de residência. "Quarenta e cinco por cento dos jovens tem de sair da sua cidade para continuar a estudar".
Neste inquérito, um terço (31%) dos jovens portugueses declarou não ter tempo para estudar porque tinha de trabalhar, o valor mais elevado entre os países analisados. Além da situação económica, em geral, é também afirmado que "problemas com o sistema de educação-emprego não estão a ajudar", já que "apenas 47 por cento dos jovens acredita que os seus estudos pós-secundário melhoraram as perspectivas de emprego".