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Imagens divulgadas pela imprensa mostram seis seguranças privados do centro de refugiados de Burbach a agredir e humilhar candidatos a asilo.
Uma denúncia de abusos e maus-tratos contra refugiados num centro de acolhimento da Alemanha está a chocar o país. A polícia está a investigar e o Governo já veio a público condenar os factos.
As imagens divulgadas pela imprensa mostram seis seguranças privados do centro de refugiados de Burbach, a cerca de 100 quilómetros de Colónia, a agredir e humilhar candidatos a asilo.
O chefe da polícia da cidade de Hagen, próxima de Burbach, diz que "são imagens como as que vimos da Baía de Guantanamo", o famoso centro de detenção dos Estados Unidos para suspeitos de terrorismo.
Quatros dos seis seguranças suspeitos de maus-tratos contra refugiados já foram detidos pelas autoridades.
A investigação foi desencadeada após a divulgação, no domingo, de imagens de telemóvel onde se vê um segurança a imobilizar um refugiado algemado no chão com um pé na nuca e vários seguranças a obrigarem um idoso a deitar-se num colchão coberto de vomitado, ameaçando espancá-lo.
Os rostos dos seguranças aparecem desfocados nas imagens, mas, segundo o procurador-geral da cidade vizinha de Siegen, Johannes Daheim, os guardas "posam como se estivessem orgulhosos do que fazem".
O porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, considera que as imagens divulgadas são chocantes e, a confirmarem-se os abusos, tratam-se de “actos repugnantes”.
"Somos um país humanitário. Na Alemanha, a dignidade humana é respeitada e isso tem de aplicar-se a centros de asilo e a campos de refugiados", disse Steffen Seibert.
Os responsáveis do centro de Burbach anunciaram ter terminado o contrato com a empresa de segurança privada que gere o centro e que a polícia já começou a interrogar os cerca de 700 residentes.