por Henrique Cunha, in RR
Gastar em educação, saúde e na protecção social “não é uma despesa, mas sim um investimento”, diz Eugénio da Fonseca, em declarações à Renascença.
O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio da Fonseca, declara-se “estupefacto” com a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, defendendo que gastar em educação, saúde e na protecção social “não é uma despesa, mas sim um investimento”.
“Com pessoas cultas, saudáveis e com algum bem-estar na vida, evitam-se problemas que podem trazer custos maiores para Portugal”, diz Eugénio da Fonseca à Renascença.
Dados oficiais da Cáritas apontam para a concessão de apoio a quase 74 mil pessoas no primeiro semestre do ano, o que representa um aumento de 2,5%, face a período homólogo.
Este número diz respeito, apenas, aos atendimentos das Cáritas diocesanas. Os números “seriam bem maiores se a instituição tivesse possibilidade de registar os atendimentos feitos em milhares de paróquias de todo o país”.
O presidente da Cáritas reconhece mais dificuldades de ajuda e admite um aumento da pobreza infantil. Os pedidos mensais deste tipo de ajuda estão também a aumentar, diz.
A principal causa de pobreza é a falta de trabalho, refere, mas “os endividamentos também são maiores, não só para quem tem de pagar uma casa própria mas também nos consumos diários de água, luz, gás, propinas e medicamentos”.
Em Março deste ano, o INE revelava que o risco de pobreza no final de 2012 era de 18,7%.