20.12.21

Risco de pobreza aumentou para 18,4% em 2020

João Tereso Casimiro, in Jornal Económico

O crescimento do risco de pobreza foi mais severo no caso das mulheres, mais 2,5%, de 16,7% em 2019 para 19,2% em 2020, em particular no caso das mulheres idosas, mais 3% de 19,5% para 22,5%.

O risco de pobreza voltou a aumentar em Portugal, desta feita em 2020. Face a 2019, o Instituto Nacional de Estatística (INE) revela que o risco de pobreza aumentou 2,2% para os 18,4%. A taxa de risco de pobreza correspondia, em 2020, à proporção de habitantes com rendimentos monetários líquidos (por adulto equivalente) inferiores a 6.653 euros (554 euros por mês).

O crescimento do risco de pobreza foi mais severo no caso das mulheres, mais 2,5%, de 16,7% em 2019 para 19,2% em 2020, em particular no caso das mulheres idosas, mais 3% de 19,5% para 22,5%.

Segundo o INE, “a estratégia económica de crescimento da União Europeia para a próxima década, designada estratégia Europa 2030, define, entre outros objetivos, a redução do número de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social na União Europeia em, pelo menos, 15 milhões de pessoas até 2030, e define um novo indicador de monitorização da população em risco de pobreza ou exclusão social, que conjuga as condições de pobreza relativa, de privação material e social severa e um novo indicador de intensidade laboral per capita muito reduzida”.

Em 2021 (rendimentos de 2020), em Portugal, 2.302 milhares de pessoas encontravam-se em risco de pobreza ou exclusão social – pessoas em risco de pobreza ou a viver em agregados com intensidade laboral per capita muito reduzida ou em situação de privação material e social severa. Consequentemente, a taxa de pobreza ou exclusão social foi de 22,4%, mais 2,4% do que no ano anterior.

O INE cita o Coeficiente de Gini para revelar que Portugal foi, em geral, uma sociedade mais desigual em 2020. O Coeficiente de Gini, que reflete as diferenças de rendimentos entre todos os grupos populacionais, registou um valor de 33%, mais 1,8% do que no ano anterior (31,2%), e o rácio S80/S20, que compara a soma do rendimento monetário líquido equivalente dos 20% da população com maiores recursos com a soma do rendimento monetário líquido equivalente dos 20% da população com menores recursos, cresceu 14%, de 5,0 em 2019 para 5,7 em 2020.

A desigualdade aumentou em todas as regiões NUTS II, à exceção da Região Autónoma dos Açores. A região Centro foi aquela em que a desigualdade mais aumentou.