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Eleições antecipadas não são solução, diz o presidente da CNIS, enquanto o país continuar sujeito a uma troika “cega, surda e muda”.
O padre Lino Maia diz que o Presidente da República está errado quando diz que apesar da crise e do desemprego que levaram muitas famílias à pobreza continua a haver coesão social.
O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social tem uma opinião diferente. “É uma coisa muito deprimida. Não uma coesão nacional, mas uma coesão na depressão. Temo que possa rebentar, não ter muito futuro. É importante começarmos a dar sinais positivos.”
“Não podemos conformar-nos a uma certa disciplina, uma certa coesão que parece existir mas não será tão consistente quanto isso. O povo precisa de sinais positivos, é preciso que se invista num novo futuro para o povo português”, considera ainda Lino Maia.
Noutro assunto, porém, o padre Lino Maia concorda com o Presidente. A solução para a situação actual não passa por eleições antecipadas: “Eu temo que eleições neste momento não resolvam nada. Estamos infelizmente ‘entroikados’, hipotecámos a nossa soberania. Enquanto estivermos sujeitos a esta ‘troika’ cega, surda e muda, provavelmente as eleições não resolverão nada. É importante que nos libertemos da ‘troika’ e que a contrariemos com uma estratégia nacional”.
Nestas declarações à Renascença o padre Lino Maia não faz, apenas diagnósticos, também deixa soluções que, na sua opinião, são simples e custam pouco: “Falta a apresentação de uma estratégia que leve a criar emprego, promover serviços de proximidade, favorecer a fixação de populações no interior, aproveitar recursos e equipamentos devolutos no nosso interior, terras abandonadas. É importante que se apresente uma estratégia. Essa estratégia é necessária, é viável, não precisa de muitos recursos e dará um novo futuro ao povo português que está de facto carecido dele”, considera.