Rita Carvalho, in Sol
Suicídio de jovens alarma médicos
Dia sim, dia não, há uma criança ou um jovem que entra no Hospital Dona Estefânia (HDE) porque tentou suicidar-se. Muitos outros são levados à urgência por terem tomado comprimidos ou feito cortes nos braços – comportamentos auto-lesivos não destinados a pôr fim à vida, mas reveladores de um grande sofrimento interior. Os médicos ouvidos pelo SOL estão alarmados porque os casos dispararam nos últimos anos e, principalmente, porque os serviços de saúde mental infantil e da adolescência são escassos e incapazes de responder aos problemas que estão a surgir.
Tentativas de suicídio e auto-mutilações chegam diariamente às urgências
Os dados constam de dois estudos realizados por médicos internos doHDE, que analisaram a afluência às urgências. Em 2013, a equipa de pedopsiquiatria foi chamada 1.641 vezes ao serviço de urgência para atender menores que tinham agredido o próprio corpo, sofrido crises de agressividade, humor, ansiedade, surtos psicóticos e perturbações alimentares. Em 2001, os pedopsiquiatras foram accionados em 311 casos, cinco vezes menos.