por Alexandre R. Malhado, in Sábado
Quase 200 lideres mundiais reúnem-se a partir desta segunda-feira na Polónia para tomar "acções decisivas" contra a "ameaça urgente" do aquecimento global.
Tanto as Nações Unidas como vários estudos usam termos como "catástrofe" e "ponto de não retorno" para classificar aquilo o cenário que se avizinha a nível ambiental. Citada pelo The Guardian, a CEO do Grupo Banco Mundial, Kristalina Georgieva, disse que "somos claramente a última geração que poderá mudar o rumo do aquecimento global, mas também a primeira a sentir as suas consequencias". É por isso que quase 200 lideres mundiais se reúnem a partir desta segunda-feira em Katowice, Polónia, na cimeira do clima 24.ª Conferência da Partes (COP24) da Convenção-Quadro das Nações Unidas Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), para tomar "acções decisivas" contra a "ameaça urgente" do aquecimento global.
A conferencia junta os representantes das partes da UNFCCC e é organizada pela Polónia pela terceira vez, juntando na fase final, entre 11 e 14 de dezembro, líderes de vários países. "O mundo está numa encruzilhada e a acção decisiva nos próximos dois anos é crucial para enfrentar essas ameaças urgentes", disseram os líderes, em nota enviada à imprensa, em referência aos efeitos das alterações climáticas. Portugal estará representado oficialmente pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes. Ambientalistas e especialistas em alterações climáticas portugueses participam também na COP24.
O objectivo destes líderes é enviar uma "mensagem inequívoca" a todos os países para a redução das suas emissões de dióxido de carbono e acelerar a transformação da energia de suas economias para abandonar completamente os poluentes de combustíveis fósseis. "Que aquilo que os ministros e outros líderes disserem e fizerem em Katowice na COP24 ajude a determinar os esforços dos próximos anos (...). Qualquer atraso só tornará mais difícil enfrentar a resposta à mudança climática", alertaram.
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Transformar em realidade os valores combinados em 2015 no Acordo de Paris para cortar as emissões de dióxido de carbono. As negociações desta segunda-feira acontecem sob um panorama negro: o calor tem batido recordes nos últimos quatro anos e as emissões globais têm aumentado outra vez, precisando de ser metade do que é actualmente em 2030. Enquanto estas notícias surgem, governos cépticos quanto ao aquecimento global aparecem, como é o caso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o chefe de Estado brasileiro, Jair Bolsonaro.
De acordo com a agenda da 24.ª Conferência da Partes (COP24) da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês), começam hoje os primeiros encontros plenários, embora apenas na segunda-feira aconteça a cerimónia de abertura oficial do encontro mundial, que se prolonga até 14 de dezembro.