12.5.22

Presidente apela à “consciência colectiva” dos povos para valorizar construção da UE

Leonete Botelho, in Público

No Dia da Europa, este ano marcado pelo encerramento da “Conferência sobre o Futuro da Europa”, Marcelo evoca a Declaração Schuman lembrando como a Europa soube “erguer-se dos escombros da guerra”.

Mais de sete décadas depois de Robert Schuman ter proferido a declaração fundadora da União Europeia, em mais um Dia da Europa que este ano é assinalado com encerramento, em Estrasburgo, da “Conferência sobre o Futuro da Europa”, o Presidente da República publica uma nota em que lembra como a Europa soube “erguer-se dos escombros da guerra” e continua hoje a ser capaz de revelar “uma vez mais a sabedoria para ultrapassar nova fase crítica”.

“Neste dia 9 de Maio em que celebramos a Europa, saúdo todos os seus povos que, ao longo de décadas, souberam erguer-se dos escombros da guerra, fortalecer laços de solidariedade democrática, mobilizar comunidades pela paz, liberdade, justiça social, e acolher quem se quis juntar”, escreve Marcelo Rebelo de Sousa.

Citando as “palavras imortais de Robert Schuman”, o Presidente português reafirma que “a Europa não se fará de um golpe, nem numa construção de conjunto: far-se-á por meio de realizações concretas que

E para que assim continue a ser, o chefe de Estado apela “à consciência colectiva dos nossos povos” para que valorize “a construção da União Europeia como o encontro permanente de múltiplas vontades, capazes de dirimir interesses nem sempre alinhados num interesse comum mais próspero, mais pacífico e mais justo”.

“Por ser na integração europeia que o destino dos povos europeus encontra estabilidade, saibamos preservar os seus inalienáveis valores democráticos, sem nunca vergarmos a quem, dentro e fora da nossa União, os tenta afrontar”, sublinha Marcelo, numa referência ao crescimento das democracias iliberais na UE e também ao conflito, por muitos considerado civilizacional, entre a Rússia e a Ucrânia – e através dela, os aliados europeus e da NATO.

Por isso, insiste: “Hoje, mais do que nunca, as democracias precisam do apoio firme umas das outras, sob pena de sucumbirem aos anátemas nascidos no seu interior ou à força bruta que as cerca de fora.”

O Presidente termina com uma nota do seu “optimismo realista” quanto ao futuro colectivo da Europa, mostrando-se convicto de que “Portugal manterá um papel central no seu aprofundamento” e, por outro lado, “a União revelará uma vez mais a sabedoria para ultrapassar nova fase crítica, com a coesão intacta, as democracias revigoradas, e um apoio popular revitalizado”.

“Por isso hoje, mais do que nunca, a Europa de que precisamos faz de todos os que nela acreditam indispensáveis ao seu futuro”, apela.