in Jornal de Notícias
Emissões de gases com efeito de estufa têm de ser contidas
A Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza sublinhou ontem a importância do papel de Portugal, enquanto detentor da presidência da União Europeia, na reunião das Nações Unidas sobre as alterações climáticas, a decorrer em Viena, Áustria.
Para a organização, Portugal desempenha "um papel absolutamente crucial" na reunião, que termina sexta-feira, "devendo conduzir eficazmente as negociações e assegurando que haja resultados frutíferos em prol da resolução do enorme problema que são as alterações climáticas", lê-se num comunicado divulgado ontem.
Trata-se do último encontro dos países da Convenção das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (UNFCCC) antes da reunião das Nações Unidas em Bali, em Dezembro, na qual será discutido o "Mandato de Bali".
Aquele "mandato" corresponde ao desenvolvimento de negociações formais que vão definir um novo acordo para o período após 2012, data em que termina o primeiro período de cumprimento do Protocolo de Quioto, que estabelece as primeiras metas para a redução de emissões de gases de efeito de estufa.
A Quercus, que também participa na conferência, defende a necessidade de um novo tratado até 2009, de modo a que haja tempo para os países ratificarem este novo acordo e evitar o risco de se criar um vazio após 31 de Dezembro de 2012.
A associação ambientalista defende que o Governo deve discutir urgentemente com a sociedade civil as metas de emissão de gases de efeito de estufa para 2020, dado que esta matéria está agendada no quadro da União Europeia até ao final de Dezembro.
A Quercus considera fundamental para o "Mandato de Bali" e para as negociações de Viena que sejam definidos princípios científicos e políticos que levem à redução das emissões globais a partir de 2015, de forma a que em 2020 não ultrapassem em mais de 10% os valores registados em 1990.