in o Observador
Na África subsariana 224 milhões de pessoas passam fome, 12% a mais que aos números relatados em 2016. Ali, a fome tem aumentado nos últimos tempos, tal como noutras
Na África subsariana 224 milhões de pessoas passam fome, 12% a mais que aos números relatados em 2016. Ali, a fome tem aumentado nos últimos tempos, tal como noutras partes do globo. Os dados foram lançados num relatório publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, na quinta-feira.
Em outubro, um outro estudo da mesma organização revelou que a subnutrição afetou, o ano passado, 38 milhões de pessoas – a publicação mais recente indica que 24 desses milhões se concentram na região da África subsariana.
Entre 2015 e 2016, a subnutrição aumentou, naquela região, de 20,8% para 22,7%, o que significa que, dos 815 milhões que passam fome no mundo, 224 milhões vivem na África subsariana – segundo o relatório “Panorama regional de segurança alimentar e nutrição em África”.
De acordo com o que o jornal El País noticia, estes números rompem com a tendência registada na primeira década do milénio – em que o continente africano mostrou progressos no que à fome diz respeito -, tendo vindo a sofrer um aumento do número de pessoas com alimentação deficiente nos últimos anos.
As principais causas apontadas no estudo são os conflitos e crises políticas (como guerras civis), mas também as alterações climáticas que se têm vindo a verificar em todo o globo. A fome aumentou em países como a Somália, Nigéria e Sudão do Sul, que se encontram constantemente em conflito: a prevalência de pessoas desnutridas em países que sofrem crises prolongadas é quase o dobro do que noutras partes do mundo.
Em 2016, uma grande parte – 489 milhões – dos 815 milhões de pessoas desnutridas viviam em países devastados pelos conflitos. Neste mesmo ano, mais de um terço das crises consideradas mais violentas do planeta ocorrem precisamente na África subsariana – em 19 países afetados, 13 situam-se nesta região.
Bukar Tijani, representante regional desta organização em África, falou sobre “as condições climáticas adversas”, que impedem as populações de recorrer à agricultura para se alimentarem, pois estas regiões são constantemente afetas por grandes períodos de secas e inundações.