Francisco José Cardoso, in DNotícias
Assinala-se hoje o ‘Dia do Cuidador’, sendo que a resposta da Região tem sido crucial
Assinala-se hoje o ‘Dia do Cuidador’, data em que se realça o trabalho meritório de quem se dedica à causa de prestar a outra pessoa, com carácter regular, actividades destinadas à satisfação das necessidades próprias ou específicas. Pode ser um familiar, pode ser o próprio leitor, pode ter sido no passado, pode ser nos dias de hoje, pode vir a ser no futuro, mas o papel do Cuidador é essencial na sociedade.
E porquê? Porque ao Cuidador incumbe, designadamente, promover cuidados de bem-estar físico/psicológico, confecção de refeições, lavagem e tratamento de roupa, limpeza e arrumo da casa, vigilância e acompanhamento, entre outras actividades consagradas pelos usos e costumes. Por este resumo, conseguirá perceber, mesmo que superficialmente, a importância destas pessoas.
Mas se lhe dissermos que entre as muitas actividades desenvolvidas na Região por cuidadores, estes conseguem servir perto de 3.500 pessoas idosas (ver números relevantes) em suas próprias casas, então percebe-se a importância destas pessoas que podem ser catalogados de cuidadores Formais ou Informais.
Se os primeiros são profissionais enquadrados em entidades e/ou instituições que recebem uma determinada quantia monetária para prestar apoio a terceiros, desempenhando o papel principal na prestação de cuidados e atenção a indivíduos dependentes e seus familiares, inclusive dividindo as tarefas com a família mais próxima do utente. Estes profissionais estão nas instituições que dão resposta social oficial, jurídica e regulamentada pela lei.
Já o Cuidadores Informais são pessoas movidas por solidariedade, laços afectivos e valores morais, relativamente a familiares ou terceiros que ajudam na satisfação das necessidades da pessoa dependente. Em sentido lato, são familiares, amigos, vizinhos e/ou voluntários que apoiam nas necessidades e actividades de vida diárias.
Ora, posto estas definições teóricas, é claro que ambas as tipologias procuram, no caso da pessoa idosa, que esta continue a ter uma vida com o máximo de dignidade e autonomia, prevenindo e compensando as dependências que o processo de envelhecimento acarreta.
Nove anos de reconhecimento
Neste sentido, na Região Autónoma da Madeira, e desde 2008, tem sido dada maior visibilidade à pessoa que cuida, vulgo Cuidador, merecendo este, ao longo destes nove anos, uma atenção redobrada no que se relaciona com as potencialidades, constrangimentos e limitações, fruto da crescente consciencialização do envelhecimento demográfico e da necessidade de promover um envelhecimento biopsicossocial saudável inserido na comunidade, chamando todos os interlocutores a intervir.
O objectivo máximo é manter o idoso no seu meio natural de vida, por isso a aposta e intensificação do Serviço de Ajuda Domiciliária, na vertente de refeições ao domicílio e tratamento de roupa, o Banco de Ajudas Técnicas, a Teleassistência, o Voluntariado de Proximidade, o Policiamento de Proximidade, entre outras medidas de sucesso e de cada vez maior procura.
Para além, a entidade responsável por todas estas medidas oficiais, o Instituto de Segurança Social da Madeira, IP-RAM, promoveu a divulgação do Subsídio de Apoio ao Cuidador, destinado a apoiar o idoso ou seu familiar a contratualizar com alguém da sua confiança ou vontade a prestação de serviço ou cuidados que se considerem necessários ao seu bem-estar.
GR quer legitimar estatuto do cuidador
A secretária regional da Inclusão e Assuntos Sociais, Rita Andrade deixou uma mensagem para este dia. “O Governo Regional da Madeira, certo de que a Figura do Cuidador se impõe como uma resposta próxima de quem dele beneficia, com ganhos afectivos, económicos e familiares para todos os envolvidos, está a desenvolver esforços para legitimar o Estatuto do Cuidador Informal na Região Autónoma da Madeira, reclamando uma intervenção empenhada de todos os interlocutores com responsabilidades neste domínio”, frisou. A governante destacou ainda que, “com esta proposta, pretende-se reconhecer a estas pessoas a relevância da função social que desempenham e garantir-lhes um apoio mais estruturado, através da implementação de medidas do foro da saúde, da segurança social, do trabalho, assim como medidas fiscais, que criem condições ao desenvolvimento da respectiva actividade de forma mais adequada e informada”. E conclui: É neste sentido que se pretende, neste dia, relevar a importância do Cuidar e de todos aqueles que de alguma forma cuidam. Para todos eles uma mensagem de apreço.”
Números relevantes
O Instituto de Segurança Social da Madeira, IP-RAM e as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) regionais desenvolvem diversas respostas sociais, para os idosos e/ou pessoas com dependência. Até ao 1.º semestre de 2017, estes eram os dados relevantes:
- Subsídios de Apoio ao Cuidador: 266 subsídios;
- Serviço de Ajuda Domiciliária: 3.486 idosos;
- Rede Regional de Cuidados Continuados e Integrados (vertente Apoio Domiciliário): 51 idosos;
- Fornecimento de Refeições ao Domicílio: 465 idosos;
- Serviço de Lavandaria: 105 idosos;
- Banco de Ajudas Técnicas: 861 Ajudas Técnicas;
- Apoio para Fraldas: cerca de 200 idosos;
- Centros de Dia e Centros de Convívio: 1.810 idosos;
- Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas: 1.366 idosos.
Para minimizar a solidão dos idosos, responder às suas necessidades prementes e despistar situações eventualmente problemáticas, o ISSM criou a Linha Maior 800202565.