8.11.13

Oito em cada 10 empregos perdidos são da construção e imobiliário

in Jornal de Notícias

A Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário alertou, esta sexta-feira, que 84 mil dos 103 mil empregos perdidos no último ano são oriundos da construção e imobiliário, defendendo "políticas de incentivo ao investimento e emprego" focadas no setor.

"O comportamento do emprego só poderá evoluir favoravelmente com uma atuação forte e determinada sobre um setor que, à semelhança do que sucede em todas as economias europeias, é essencial para garantir o crescimento económico e a coesão social", sustenta a Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário (CPCI) em comunicado.

Para a confederação, numa altura em que "se eleva para 435 mil a perda total de empregos na construção e imobiliário desde 2002 - ano em que se iniciou a mais longa e prolongada crise do setor" - impõe-se uma "aposta centrada em políticas ativas de incentivo ao investimento e ao emprego, com um papel preponderante" da atividade.

Reagindo aos números relativos ao desemprego do terceiro trimestre divulgados na quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a CPCI considera que "reforçam a necessidade e urgência da implementação das medidas consagradas no 'Compromisso para a Competitividade Sustentável do Setor da Construção e do Imobiliário' assinado com o Governo e recentemente reafirmado pelo atual ministro da Economia".

"O próprio executivo, ao reiterar as metas de concretização até ao final do ano das soluções previstas no 'Compromisso para a Competitividade Sustentável do Setor da Construção e do Imobiliário', tem seguramente consciência da necessidade de inverter um cenário em que, em termos líquidos, o setor é afetado com a destruição de oito em cada 10 empregos nacionais, situação que é incompatível com o cenário de retoma que se pretende ver materializado nos próximos meses", sustenta.

Para a confederação, o atual "peso do défice de investimento público e privado em Portugal traduz-se num incomportável fardo para o país", quer pelas "implicações em termos de sustentabilidade futura" que representa, mas também pela "fatura com encargos sociais".

"Comparando o terceiro trimestre do ano com o anterior, e não obstante o aumento da população total empregada e a consequente melhoria da taxa de desemprego, as condições do mercado de trabalho no setor deterioraram-se, assistindo-se a uma perda de 22245 empregos nos últimos noventa dias, o que traduz uma média diária de 247 postos de trabalho destruídos", conclui.

O INE divulgou na quinta-feira que a taxa de desemprego em Portugal foi de 15,6% no terceiro trimestre, 0,8 pontos percentuais abaixo do trimestre anterior e menos 0,2 pontos que no mesmo período de 2012.

Segundo os resultados do Inquérito ao Emprego do INE, entre julho e setembro, a população desempregada foi de 838,6 mil pessoas, o que representa uma diminuição homóloga de 3,7% e uma diminuição trimestral de 5,3% (menos 32,3 mil e menos 47,4 mil pessoas, respetivamente).