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"Uma mulher assassinada bastaria para nos indignar e mobilizar", diz a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade.
O Governo afirma estar empenhado na luta contra a violência contra as mulheres, sublinhando que bastava que houvesse apenas uma mulher assassinada para justificar indignação e mobilização coletiva, tendo destinado 25 milhões para esta área.
Em comunicado, enviado às redações através do gabinete da secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, o Governo diz que "a violência contra as mulheres é um crime que envergonha o país".
"Uma mulher assassinada bastaria para nos indignar e mobilizar coletivamente", lê-se no comunicado.
A reação surge depois de na quinta-feira a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) ter revelado que já contabilizou, através do seu Observatório de Mulheres Assassinadas, 21 mulheres mortas pelos ex ou atuais companheiros ou familiares muito próximos.
À Lusa, Elisabete Brasil, uma das responsáveis da UMAR, criticou a postura dos poderes públicos e dos poderes políticos sobre esta matéria, acusando-os de estarem em silêncio e de não tomarem uma posição pública "face a esta mortandade".
No comunicado, o Governo destaca o financiamento público destinado neste ano à prevenção e combate à violência contras as mulheres e contra a violência doméstica, que ascende a 25 milhões de euros, além de mais 5 milhões de euros de financiamento europeu para projetos para apoio a estruturas e respostas da rede nacional de apoio a vítimas.
Aproveita também para elencar as várias iniciativas que tem posto em prática no combate à violência contra as mulheres, "desde a análise das situações de homicídio (com o arranque da Equipa de Análise Retrospetiva de Homicídio em Violência) e deteção de falhas, à abertura e apoio a estruturas de acolhimento e proteção das mulheres e crianças até ao reforço do apoio à sua autonomização".
Por outro lado, adianta que "serão apoiados programas de prevenção da violência doméstica" e destaca o trabalho feito com as autarquias no sentido de melhorar as respostas locais de atendimento, de modo a que haja este tipo de serviço em todo o país.
Acrescenta que existe também a intenção que todas as esquadras da PSP e postos da GNR tenham salas de atendimento às vítimas, lembrando que isso já é uma realidade em cerca de 60% dos casos.
Ao nível da formação, o Governo adianta que está em curso um projeto de formação de oficiais de justiça e forças de segurança que atuam na área da violência doméstica, havendo também um projeto para formadores na administração pública, nas áreas da saúde, educação, forças de segurança, justiça e segurança social.
Mais recentemente, em julho, foram distribuídos folhetos informativos nas caixas de correio de norte a sul do país.
"O Governo tem estado, assim, empenhado na consolidação e reforço da prevenção e combate à violência contra as mulheres, assumida como prioridade na Estratégia Portugal + Igual 2018-2030, através do novo plano de ação nesta área, que assenta numa articulação estreita entre todos os setores da Administração Pública e a sociedade civil", conclui.