20.7.22

Associação ESTAR alerta para “situação dramática” de fome em Beja

Beatriz Torres Valente, in Rádio Voz da Planície

Madalena Palma, diretora-geral da Associação ESTAR, revela que a procura de cabazes alimentares aumentou drasticamente e instituições não conseguem dar resposta.

A Associação ESTAR alerta, em apelo partilhado nas suas redes sociais, para “situações muito dramáticas” sentidas na cidade de Beja, não só ao nível de habitação de emergência, como também de fome.

Madalena Palma, diretora da ESTAR, começa por explicar que, através do projeto Marmita, a Associação fornece cabazes alimentares para a semana, diariamente, e, ultimamente, têm vindo várias pessoas pedir alimentação que “não são referenciadas”, ou que são “encaminhadas de outras instituições que não conseguem dar a resposta alimentar”.

A diretora da Associação sublinha que “são pessoas que estão a dormir na rua porque não têm habitação”, “imigrantes que vêm para o trabalho sazonal”, que agora está parado, e não tendo trabalho, nem casa, não têm também alimentação.

Aos domingos, o habitual é entregar 13 cabazes, referiu Madalena Palma, realçando que no último, dia 17 de julho, este número mais do que triplicou, tendo sido entregues 46 cabazes alimentares.

A ESTAR demonstra preocupação com esta situação e em conseguir dar resposta caso este número continue a procurar ajuda todos os dias. A Associação quer continuar a chegar a toda a gente, e neste sentido lança o apelo à comunidade. O produto que mais necessitam é o leite, assim como outros bens alimentares essenciais.

Madalena Palma lembra que, a Associação tem uma parceria com o Banco Alimentar que disponibiliza cabazes de emergência quando necessário, recolhem bens alimentares noutros locais da cidade, porém não é suficiente para a procura sentida atualmente.

Tanto o aumento dos imigrantes em Beja, que agora se encontram com o trabalho sazonal parado, como o aumentos dos preços dos produtos alimentares, podem ser fatores associados a este aumento de pedidos.
A ESTAR reforça que “nunca vira costas a ninguém”, que não quer deixar famílias sem alimentação, mas que sentem uma grande quebra a nível alimentar.