in TSF
Chefe de Estado acredita que juntando os esforços do Estado com a solidariedade dos voluntários é possível combater a pobreza, como tem sido feito com os sem-abrigo.
No Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, Marcelo Rebelo de Sousa defende que é necessário ir mais longe e criar uma estratégia autónoma de combate à pobreza.
"A pobreza não é uma estatística, é uma realidade." Ouça a peça de Sara de Melo Rocha
O Presidente da República fala de um plano transversal, que olhe para a justiça, mas também para o trabalho, para a educação, para a saúde e para a habitação.
"A pobreza não é uma estatística, é uma realidade. Os números dizem que existem praticamente 2 milhões de pobres em Portugal. São pessoas com os mesmos direitos, as mesmas necessidades, as mesmas ambições de todos os outros portugueses. São pessoas que, em muitos casos, têm um emprego. Ou seja, o risco de pobreza não é uma situação marginal, que atinge apenas os mais vulneráveis ou aqueles que em determinado momento da vida se encontram em risco de exclusão. O risco de pobreza é uma realidade social à qual nenhum português pode virar as costas", sublinha o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa salienta que "a pobreza e a sua erradicação não podem ser assuntos aos quais voltamos apenas nos momentos de crise", assegurando que "agora que o tempo é de recuperação económica e financeira é o momento para agir".
Como tal, e dando como exemplo o que está a ser feito com a "inclusão das pessoas em situação de sem abrigo, onde há uma estratégia multidisciplinar, com objetivos traçados (e alguns já atingidos) e um prazo temporal para avaliação", realça que é preciso um caminho idêntico para o combate às desigualdades, onde se juntem "os esforços e meios do Estado à experiência das estruturas da sociedade civil e ao voluntariado de tantos cidadãos anónimos".
Vieira da Silva assegura que governo nunca será um "adversário" no combate à pobreza
"O governo nunca será um adversário e nunca será alheio a uma estratégia nacional que possa ser considerada e que será sempre, principalmente, uma forma de avaliação do que está a ser feito e uma forma de avaliação dos efeitos combinados das várias políticas", assegura o ministro Vieira da Silva, colocando-se ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa na importância de criar estratégias para erradicar a pobreza.
Deste modo, o governante enaltece ainda que "não basta uma estratégia global", sendo necessário "que as medidas concretas e que as políticas concretas se expressem nas diferentes áreas da vida das pessoas: emprego, proteção social, saúde, acesso à justiça e a educação são alguns dos mais importantes, sendo que uma outra área começa a ganhar uma importância - volta a ganhar - que é o acesso à habitação".