Andreia Sanches, in Público on-line
Eurostat divulgou dados a propósito do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza e analisa o comportamento da União Europeia nos últimos anos.
Na hora de comparar os países em matéria de pobreza e exclusão social, Portugal surge em 11.º lugar numa lista de 26 Estados para os quais estão disponíveis dados relativos a 2017. Ou seja, cerca de um quarto da população portuguesa (23,3%) está “em risco de pobreza ou exclusão”. Na União Europeia (UE) a percentagem média de pessoas nessa situação é de 22,5%. Bulgária, Grécia e Roménia têm taxas superiores a 34%. São dados do Eurostat, o serviço de estatística da UE, que, nesta terça-feira, véspera do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, divulgou os números-chave sobre o tema.
Para o Eurostat, o indicador “risco de pobreza ou exclusão social” define quem está em risco de pobreza monetária (pessoas que vivem com um rendimento abaixo do que em cada país é definido como o limiar de pobreza) ou quem vive em agregados com intensidade laboral per capita muito reduzida (poucas horas de trabalho) ou ainda quem se encontra em situação de privação material severa (situações em que não existe acesso a um conjunto de bens, que incluem, por exemplo, aquecimento adequado da casa, capacidade de pagar a renda atempadamente, de ter uma refeição com carne, peixe ou equivalente de dois em dois dias, pagar uma semana de férias). As pessoas que estão em “risco de pobreza ou exclusão social” podem viver uma ou mais destas formas de pobreza.
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A UE, como um todo, e Portugal, em particular, têm menos pessoas em risco do que em 2008. O Instituto Nacional de Estatística já tinha revelado os números que mostravam que Portugal reduzira a sua taxa de “risco de pobreza ou exclusão social” em 2,7 pontos. O que os dados do Eurostat fazem é comparar a forma como os diferentes países progrediram. A redução média na UE foi de 1,2 pontos. No entanto, “ainda há cerca de 113 milhões de pessoas na UE nesta situação”, quase 2,4 milhões das quais em Portugal.
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Portugal conseguiu baixar a percentagem de população em risco mais do que a UE. Mas houve países que foram ainda mais longe. Por exemplo, a Polónia que tinha 30,5% da sua população, em 2008, em situação de pobreza ou exclusão e conseguiu baixar esta taxa 11 pontos (para 19,5%), ou a Roménia, que assistiu a uma redução de 8,5 pontos (para 35,7%).
Grécia, Luxemburgo e Itália fizeram caminhos inversos e viram crescer a percentagem da sua população em risco.