in Jornal de Notícias
Na mensagem de Natal deste ano, António Costa lembrou as vítimas dos incêndios, enalteceu a resiliência nacional e colocou o emprego digno nas prioridades de 2018.
Lembrou as vítimas. O luto. A dor. E a coragem. E a solidariedade. Lembrou 17 de junho, não esquecendo 15 de outubro. Falou da resiliência nacional. Introduzindo o tema do renascer da austeridade. Desfiando sucessos e estatística. Colocando o emprego, digno, no topo das prioridades do próximo ano. Eis a mensagem de Natal de António Costa aos portugueses. Não esquecendo a diáspora.
Se Marcelo Rebelo de Sousa passou o dia de Natal com as vítimas de Pedrógão Grande, o primeiro-ministro não se esqueceu de enumerar as sucessivas "visitas de trabalho que tem feito com frequência" e que lhe permitiram testemunhar o combate às negações: "Não desistir, não abandonar". E reconstruir. E prevenir. E evitar. Com um gravata a condizer com a típica árvore de Natal verde e vermelha, dirigiu a sua primeira parte da tradicional mensagem natalícia, esta segunda-feira à noite, às vítimas.
"Não esqueceremos nunca a dor e o sofrimento das pessoas, nem o nível de destruição desta catástrofe. "Nem esquecerá a "enorme onda de solidariedade", que se traduz em casas recuperadas, empresas a laborar, vidas a mexer, a seguir. Um tempo de "nova vida". Como a de todos os portugueses, afiança. Graças à "capacidade de superar e vencer a adversidade, conseguindo virar a página da crise".
E recua dois anos: "Muitos escutaram com ceticismo o meu triplo comprometimento de alcançarmos mais crescimento, mais emprego e maior igualdade". Os dois primeiros quantificou: "este ano, vamos ter o maior crescimento económico desde o início do século" e "as empresas já criaram 242 mil novos postos de trabalho". O terceiro não: "A pobreza e a desigualdade diminuíram". Para findar com o "défice mais baixo da nossa democracia".
E o alívio da dívida pública, que permitiu "libertar recursos para investir na melhoria do sistema de ensino [a sua prioridade da mensagem de 2016, centrada na educação e no conhecimento], do Serviço Nacional de Saúde". Na modernização de um país que se "libertou da austeridade e conquistou a credibilidade".
Pelo que chegou o tempo, acredita António Costa, "de vencer os bloqueios ao nosso desenvolvimento". O emprego, repete e volta a repetir, "está no centro da nossa capacidade de conquistar o futuro; não apenas mais, mas sobretudo melhor emprego". 2018 será, terá de ser, sinónimo de "emprego digno, salário justo e oportunidade de realização profissional". Sem nunca esquecer, porque um não vive sem o outro, o crescimento.
28.12.17
Município de Fornos de Algodres tem um programa para envelhecimento ativo
in Rádio F
O município de Fornos de Algodres tem no terreno um projeto que pretende dinamizar atividades para os idosos do Concelho. Trata-se de um programa denominado “Fornos Vida” e visa proporcionar um envelhecimento ativo aos seniores, com atividades desportivas e culturais, como contou à Rádio F, Alexandre Lote, vereador da Câmara Municipal de Fornos de Algodres. O programa já arrancou em outubro, mas a qualquer altura os interessados podem inscrever-se, na junta de freguesia da área de residência. O vereador Alexandre lote, destacou a importância desta resposta social por parte do Municipio, e acrescentou, que esta é também uma oportunidade para a empregabilidade dos mais jovens.
O município de Fornos de Algodres tem no terreno um projeto que pretende dinamizar atividades para os idosos do Concelho. Trata-se de um programa denominado “Fornos Vida” e visa proporcionar um envelhecimento ativo aos seniores, com atividades desportivas e culturais, como contou à Rádio F, Alexandre Lote, vereador da Câmara Municipal de Fornos de Algodres. O programa já arrancou em outubro, mas a qualquer altura os interessados podem inscrever-se, na junta de freguesia da área de residência. O vereador Alexandre lote, destacou a importância desta resposta social por parte do Municipio, e acrescentou, que esta é também uma oportunidade para a empregabilidade dos mais jovens.
Pensões e subsídios: o que vai mudar em 2018?
in Diário de Notícias
Várias prestações sociais aumentam no próximo ano, entre as quais as pensões, o subsídio de desemprego e o abono, mas a idade da reforma volta a subir e o fator de sustentabilidade mantém-se para a maioria das pensões antecipadas.
Pensões aumentam entre 1% e 1,8%
As pensões vão aumentar por via legislativa, entre 1% e 1,8% em janeiro, segundo cálculos feitos com base nos valores da inflação publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
As pensões até dois Indexantes de Apoios Sociais (IAS), ou seja, até 857,8 euros, onde se inclui a maioria dos pensionistas, aumentam 1,8% em janeiro. Já as pensões entre duas vezes e seis vezes o valor do IAS (entre 857,8 euros e 2.573 euros) serão atualizadas em 1,3%, enquanto as pensões superiores a este montante deverão ter um aumento de cerca de 1%.
Segundo o Governo, cerca de 3,6 milhões de pensões, a que correspondem um total de 2,8 milhões de pensionistas, serão atualizadas em janeiro, com um impacto financeiro de cerca de 357 milhões de euros.
Além deste aumento de janeiro, em agosto haverá uma subida extraordinária entre seis e dez euros para pensionistas que recebam, no conjunto das pensões, até 643 euros, consoante tenha ou não existido atualização da pensão entre 2011 e 2015.
Este aumento extraordinário incorpora a atualização de janeiro e será aplicado por pensionista cujo conjunto das pensões não exceda 1,5 IAS, chegando a 1,6 milhões de pessoas. O custo com esta medida é estimado em 35,4 milhões de euros.
Idade normal de acesso à reforma passa para os 66 anos e quatro meses
No próximo ano, a idade normal de acesso à reforma volta a aumentar, fixando-se nos 66 anos e quatro meses. Além disso, mantém-se o fator de sustentabilidade para a grande maioria das reformas antecipadas que sofrem um corte de 14,5% devido ao fator de sustentabilidade.
A esta redução pela via do fator de sustentabilidade soma-se o corte de 0,5% por cada mês de antecipação face à idade normal de aposentação (66 anos e quatro meses em 2018).
O fim do fator de sustentabilidade chegou a constar dos documentos do Ministério do Trabalho enviados aos parceiros sociais em abril de 2017, mas a medida não foi concretizada até agora, não se sabendo quando será retomada a discussão sobre a segunda fase da revisão das reformas antecipadas.
O fator de sustentabilidade foi, entretanto, eliminado apenas para as carreiras muito longas, ou seja, para as pessoas com 60 anos de idade e 48 anos de contribuições ou para quem começou a trabalhar antes dos 15 anos e conte 64 anos de descontos. Também as pensões de invalidez deixam de ter o fator de sustentabilidade a partir dos 65 anos.
Subsídio de desemprego deixa de ter corte de 10%
O subsídio de desemprego vai deixar de ter o corte de 10% que estava a ser aplicado após 180 dias a receber a prestação social. Segundo dados do Governo, em janeiro a medida custará cerca de 40 milhões de euros e vai beneficiar 91 mil beneficiários que estavam a sofrer esta redução. Além disso, os valores mínimo e máximo do subsídio de desemprego sobem no próximo ano devido à atualização em 1,8% do Indexante de Apoios Sociais (IAS), para 428,9 euros e 1.072,25 euros, respetivamente.
Também o subsídio social de desemprego, atribuído a quem já esgotou o subsídio de desemprego ou a quem não reúne as condições de o obter também sobe devido à atualização do IAS, para 428,9 euros, no caso de beneficiários com agregado familiar e para 343 euros para os beneficiários a viver sozinhos.
Abono de família volta a aumentar
O abono de família vai voltar a aumentar no próximo ano para as crianças até 36 meses, no âmbito da medida que entrou em vigor em 2017 e que estabelece uma subida gradual desta prestação familiar até 2019. Segundo dados do Governo, a medida tem um custo de 70 milhões de euros no próximo ano e irá abranger 126 mil crianças.
Segundo um documento divulgado em outubro pelo Ministério do Trabalho, as crianças até 12 meses que se encontram no primeiro escalão de rendimentos passam a receber por mês 148 euros (contra os atuais 146 euros), entre 12 e 36 meses passam a ter direito a 92 euros no primeiro semestre (contra os atuais 73) e a 111 euros no segundo semestre. O objetivo é que, em 2019, todas as crianças até 36 meses, do primeiro escalão, recebam 148 euros.
Já no segundo escalão de rendimentos, o abono será de 122 euros para crianças até 12 meses (contra 121 euros atuais), de 76 euros entre 12 e 36 meses no primeiro semestre (passando para 92 euros no segundo semestre), para que, em 2019 todas as crianças do segundo escalão recebam 122 euros.
No terceiro escalão, os valores são de 96 euros para crianças até 12 meses, de 62 euros entre 12 e 36 meses no primeiro semestre, aumentando para 73 euros na segunda metade do ano. No final de 2019, todas as crianças do terceiro escalão até aos 36 meses passam a ter direito a 96 euros.
As crianças que se situam no quarto escalão terão direito a receber no primeiro semestre do ano 29 euros (contra os atuais 18,9 euros) e no segundo semestre 38,27 euros. No segundo semestre de 2019, o valor será de 57,6 euros para todas as crianças até 36 meses que se encontram neste escalão.
Os valores do abono serão ainda aumentados pela atualização do IAS e as famílias monoparentais e numerosas têm direito a uma majoração.
Reposto 25% do corte no Rendimento Social de Inserção (RSI)
Ao nível do Rendimento Social de Inserção (RSI), segundo o Orçamento do Estado para 2018, serão repostos mais 25% dos cortes que foram aplicados pelo anterior governo a partir de 2013, tal como acontece desde 2016. O valor de referência desta prestação social é atualmente de 183,84 euros, mas o montante mensal não é fixo, variando consoante a composição do agregado familiar e dos seus rendimentos. O valor poderá ainda ser aumentado devido à atualização do IAS.
A despesa com o RSI deverá aumentar 3% no próximo ano, para 357,3 milhões de euros, segundo dados do Ministério da Segurança Social.
CSI alargado a reformas antecipadas
O valor de referência do Complemento Solidário para Idosos (CSI) será atualizado a partir de 01 de janeiro de 2018 e quem se reformou antecipadamente a partir de 2014, com fortes penalizações nos últimos anos, poderá aceder a esta prestação social, independentemente da idade.
Várias prestações sociais aumentam no próximo ano, entre as quais as pensões, o subsídio de desemprego e o abono, mas a idade da reforma volta a subir e o fator de sustentabilidade mantém-se para a maioria das pensões antecipadas.
Pensões aumentam entre 1% e 1,8%
As pensões vão aumentar por via legislativa, entre 1% e 1,8% em janeiro, segundo cálculos feitos com base nos valores da inflação publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
As pensões até dois Indexantes de Apoios Sociais (IAS), ou seja, até 857,8 euros, onde se inclui a maioria dos pensionistas, aumentam 1,8% em janeiro. Já as pensões entre duas vezes e seis vezes o valor do IAS (entre 857,8 euros e 2.573 euros) serão atualizadas em 1,3%, enquanto as pensões superiores a este montante deverão ter um aumento de cerca de 1%.
Segundo o Governo, cerca de 3,6 milhões de pensões, a que correspondem um total de 2,8 milhões de pensionistas, serão atualizadas em janeiro, com um impacto financeiro de cerca de 357 milhões de euros.
Além deste aumento de janeiro, em agosto haverá uma subida extraordinária entre seis e dez euros para pensionistas que recebam, no conjunto das pensões, até 643 euros, consoante tenha ou não existido atualização da pensão entre 2011 e 2015.
Este aumento extraordinário incorpora a atualização de janeiro e será aplicado por pensionista cujo conjunto das pensões não exceda 1,5 IAS, chegando a 1,6 milhões de pessoas. O custo com esta medida é estimado em 35,4 milhões de euros.
Idade normal de acesso à reforma passa para os 66 anos e quatro meses
No próximo ano, a idade normal de acesso à reforma volta a aumentar, fixando-se nos 66 anos e quatro meses. Além disso, mantém-se o fator de sustentabilidade para a grande maioria das reformas antecipadas que sofrem um corte de 14,5% devido ao fator de sustentabilidade.
A esta redução pela via do fator de sustentabilidade soma-se o corte de 0,5% por cada mês de antecipação face à idade normal de aposentação (66 anos e quatro meses em 2018).
O fim do fator de sustentabilidade chegou a constar dos documentos do Ministério do Trabalho enviados aos parceiros sociais em abril de 2017, mas a medida não foi concretizada até agora, não se sabendo quando será retomada a discussão sobre a segunda fase da revisão das reformas antecipadas.
O fator de sustentabilidade foi, entretanto, eliminado apenas para as carreiras muito longas, ou seja, para as pessoas com 60 anos de idade e 48 anos de contribuições ou para quem começou a trabalhar antes dos 15 anos e conte 64 anos de descontos. Também as pensões de invalidez deixam de ter o fator de sustentabilidade a partir dos 65 anos.
Subsídio de desemprego deixa de ter corte de 10%
O subsídio de desemprego vai deixar de ter o corte de 10% que estava a ser aplicado após 180 dias a receber a prestação social. Segundo dados do Governo, em janeiro a medida custará cerca de 40 milhões de euros e vai beneficiar 91 mil beneficiários que estavam a sofrer esta redução. Além disso, os valores mínimo e máximo do subsídio de desemprego sobem no próximo ano devido à atualização em 1,8% do Indexante de Apoios Sociais (IAS), para 428,9 euros e 1.072,25 euros, respetivamente.
Também o subsídio social de desemprego, atribuído a quem já esgotou o subsídio de desemprego ou a quem não reúne as condições de o obter também sobe devido à atualização do IAS, para 428,9 euros, no caso de beneficiários com agregado familiar e para 343 euros para os beneficiários a viver sozinhos.
Abono de família volta a aumentar
O abono de família vai voltar a aumentar no próximo ano para as crianças até 36 meses, no âmbito da medida que entrou em vigor em 2017 e que estabelece uma subida gradual desta prestação familiar até 2019. Segundo dados do Governo, a medida tem um custo de 70 milhões de euros no próximo ano e irá abranger 126 mil crianças.
Segundo um documento divulgado em outubro pelo Ministério do Trabalho, as crianças até 12 meses que se encontram no primeiro escalão de rendimentos passam a receber por mês 148 euros (contra os atuais 146 euros), entre 12 e 36 meses passam a ter direito a 92 euros no primeiro semestre (contra os atuais 73) e a 111 euros no segundo semestre. O objetivo é que, em 2019, todas as crianças até 36 meses, do primeiro escalão, recebam 148 euros.
Já no segundo escalão de rendimentos, o abono será de 122 euros para crianças até 12 meses (contra 121 euros atuais), de 76 euros entre 12 e 36 meses no primeiro semestre (passando para 92 euros no segundo semestre), para que, em 2019 todas as crianças do segundo escalão recebam 122 euros.
No terceiro escalão, os valores são de 96 euros para crianças até 12 meses, de 62 euros entre 12 e 36 meses no primeiro semestre, aumentando para 73 euros na segunda metade do ano. No final de 2019, todas as crianças do terceiro escalão até aos 36 meses passam a ter direito a 96 euros.
As crianças que se situam no quarto escalão terão direito a receber no primeiro semestre do ano 29 euros (contra os atuais 18,9 euros) e no segundo semestre 38,27 euros. No segundo semestre de 2019, o valor será de 57,6 euros para todas as crianças até 36 meses que se encontram neste escalão.
Os valores do abono serão ainda aumentados pela atualização do IAS e as famílias monoparentais e numerosas têm direito a uma majoração.
Reposto 25% do corte no Rendimento Social de Inserção (RSI)
Ao nível do Rendimento Social de Inserção (RSI), segundo o Orçamento do Estado para 2018, serão repostos mais 25% dos cortes que foram aplicados pelo anterior governo a partir de 2013, tal como acontece desde 2016. O valor de referência desta prestação social é atualmente de 183,84 euros, mas o montante mensal não é fixo, variando consoante a composição do agregado familiar e dos seus rendimentos. O valor poderá ainda ser aumentado devido à atualização do IAS.
A despesa com o RSI deverá aumentar 3% no próximo ano, para 357,3 milhões de euros, segundo dados do Ministério da Segurança Social.
CSI alargado a reformas antecipadas
O valor de referência do Complemento Solidário para Idosos (CSI) será atualizado a partir de 01 de janeiro de 2018 e quem se reformou antecipadamente a partir de 2014, com fortes penalizações nos últimos anos, poderá aceder a esta prestação social, independentemente da idade.
Pensões e subsídios: o que vai mudar em 2018?
in Diário de Notícias
Várias prestações sociais aumentam no próximo ano, entre as quais as pensões, o subsídio de desemprego e o abono, mas a idade da reforma volta a subir e o fator de sustentabilidade mantém-se para a maioria das pensões antecipadas.
Pensões aumentam entre 1% e 1,8%
As pensões vão aumentar por via legislativa, entre 1% e 1,8% em janeiro, segundo cálculos feitos com base nos valores da inflação publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
As pensões até dois Indexantes de Apoios Sociais (IAS), ou seja, até 857,8 euros, onde se inclui a maioria dos pensionistas, aumentam 1,8% em janeiro. Já as pensões entre duas vezes e seis vezes o valor do IAS (entre 857,8 euros e 2.573 euros) serão atualizadas em 1,3%, enquanto as pensões superiores a este montante deverão ter um aumento de cerca de 1%.
Várias prestações sociais aumentam no próximo ano, entre as quais as pensões, o subsídio de desemprego e o abono, mas a idade da reforma volta a subir e o fator de sustentabilidade mantém-se para a maioria das pensões antecipadas.
Pensões aumentam entre 1% e 1,8%
As pensões vão aumentar por via legislativa, entre 1% e 1,8% em janeiro, segundo cálculos feitos com base nos valores da inflação publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
As pensões até dois Indexantes de Apoios Sociais (IAS), ou seja, até 857,8 euros, onde se inclui a maioria dos pensionistas, aumentam 1,8% em janeiro. Já as pensões entre duas vezes e seis vezes o valor do IAS (entre 857,8 euros e 2.573 euros) serão atualizadas em 1,3%, enquanto as pensões superiores a este montante deverão ter um aumento de cerca de 1%.
20.12.17
Jovens NEET - Jovens que não trabalham, nem estudam
Vasco Teixeira, in Correio do Minho
Balanço de 2017 e algumas tendências económicas
Afirmação do talento português
Há 7,5 milhões de jovens NEET (Nem-Nem) na União Europeia (UE) que não trabalham, não estudam, nem seguem qualquer formação (NEET, neither in employment, education or training), o que corresponde a 12,9 % dos jovens europeus (com idade entre os 15 e os 24 anos). Um relatório da OCDE, recentemente publicado, mostra que, em 2016, 20,8% dos jovens portugueses não estudava nem trabalhava. Em 2000, a taxa situava-se nos 11%. São dados muito preocupantes, atendendo a que mais de um em cada cinco jovens portugueses, dos 15 aos 29 anos, não trabalhava nem estudava em 2016. Portugal encontra-se na lista do top 6 dos países com os casos que apresentam taxas mais elevadas. O relatório também indica que cerca de 35% dos estudantes portugueses deixa a escola sem completar o ensino secundário.
A juventude é hoje uma das grandes prioridades da União Europeia. A UE defronta-se atualmente com elevadas taxas de desemprego entre jovens. Cerca de 30,1% dos desempregados com menos de 25 anos na UE estão sem emprego há mais de 12 meses. Em face desta situação a Comissão Europeia (CE) adotou medidas e programas que visam promover a criação de emprego e combater a marginalização e a exclusão dos cerca de 5,5 milhões de jovens que estão desempregados e dos mais de 7,5 milhões de jovens até 25 anos que não estão a trabalhar nem estão inseridos no sistema educativo e formativo.
Investir no capital humano que os jovens europeus representam, trará benefícios a longo prazo e contribuirá para um crescimento económico duradouro e inclusivo. A União Europeia será capaz de tirar pleno proveito de uma mão-de-obra ativa, inovadora e qualificada, ao mesmo tempo que evitará os custos muito elevados de ter jovens NEET que não trabalham, não estudam nem seguem qualquer formação, os quais representam atualmente 1,2 % do PIB. Estima-se que os jovens NEET custem à UE 153 mil milhões de euros por ano em termos de subsídios e de perdas de rendimentos e impostos. A Iniciativa para o Emprego dos Jovens já apoiou diretamente mais de 1,6 milhões de jovens em toda a UE
O programa Garantia para a Juventude tornou-se uma realidade em toda a UE e já contribuiu para melhorar as vidas de milhões de jovens europeus. Desde janeiro de 2014, 16 milhões de jovens participaram em programas associados à Garantia para a Juventude. Dez milhões de jovens aceitaram uma oferta no quadro desta iniciativa, na sua maioria ofertas de emprego.
Em Portugal, e segundo dados do INE (1º trimestre de 2017) existem 175.900 jovens NEET até aos 30 anos que não estudam, não trabalham, nem frequentam formação profissional. Destes, 108.300 são desempregados, ou seja, efetuam de forma regular diligências de procura ativa de emprego. Por outro lado, 67.500 jovens não estudam, não trabalham, nem frequentam formação profissional, e, em geral, não procuram respostas nestes domínios.
Em Portugal, o programa da UE designa-se Garantia Jovem e é coordenado e implementado pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). Tem como principal objetivo proporcionar aos jovens entre os 15 e os 29 anos que não se encontrem a estudar nem a trabalhar, uma oportunidade para apostar na sua qualificação e estar em contacto com o mercado de trabalho, no prazo de quatro meses após a inscrição no site ou nos seus parceiros. Portugal decidiu alargar a faixa etária até aos 29 anos, considerando que tinha, à data, uma taxa de desemprego jovem superior à média da UE.
O Programa Garantia Jovem é uma iniciativa interministerial de prevenção e combate ao desemprego jovem que visa proporcionar a todos os jovens com menos de 30 anos de idade uma oportunidade de educação e formação, estágio ou emprego, no prazo de 4 meses após ficarem desempregados ou terem saído do sistema educativo e formativo. A Garantia Jovem surge na sequência de uma Recomendação da Comissão Europeia para que todos os Estados-Membros garantam aos jovens com menos de 25 anos uma oportunidade de qualidade de emprego, educação e formação ou estágio, no prazo de 4 meses após terem saído do sistema educativo/formativo ou terem ficado desempregados. Esta Recomendação foi precedida de outras iniciativas da Comissão Europeia no sentido de os Estados-Membros adotarem políticas destinadas a reduzir as taxas de desemprego jovem, a promover a empregabilidade dos jovens e a sua entrada no mercado de trabalho, tendo como finalidade contribuir para alcançar as metas fixadas na Estratégia 2020.
No âmbito da Estratégia Europa 2020, a criação de emprego foi assumida como uma das prioridades da estratégia para um Crescimento Inteligente, Sustentável e Inclusivo, considerando-se que a nova agenda deveria permitir alcançar níveis elevados de emprego, de produtividade e de coesão social.
A CE propôs grandes objetivos a alcançar em 2020, destacando-se dois ligados diretamente a emprego:
i) 75% da população de idade compreendida entre 20 e 64 anos deverá estar empregada; e
ii) pelo menos 40% dos jovens devem ter um diploma de ensino superior.
O Programa Garantia Jovem tem 3 grandes objetivos:
-Aumentar as qualificações dos jovens;
-Facilitar a transição para o mercado de trabalho;
-Reduzir o desemprego jovem.
No âmbito do programa Garantia Jovem, o IEFP apresentou a Estratégia Nacional de Sinalização, um plano a 4 anos, para encontrar soluções para os jovens que não trabalham e não estudam. Até 2020, pretende-se diminuir para 30.000 o número de jovens que não estudam, não trabalha, não frequentam qualquer formação e que não estão inscritos nos centros de emprego.
Balanço de 2017 e algumas tendências económicas
Afirmação do talento português
Há 7,5 milhões de jovens NEET (Nem-Nem) na União Europeia (UE) que não trabalham, não estudam, nem seguem qualquer formação (NEET, neither in employment, education or training), o que corresponde a 12,9 % dos jovens europeus (com idade entre os 15 e os 24 anos). Um relatório da OCDE, recentemente publicado, mostra que, em 2016, 20,8% dos jovens portugueses não estudava nem trabalhava. Em 2000, a taxa situava-se nos 11%. São dados muito preocupantes, atendendo a que mais de um em cada cinco jovens portugueses, dos 15 aos 29 anos, não trabalhava nem estudava em 2016. Portugal encontra-se na lista do top 6 dos países com os casos que apresentam taxas mais elevadas. O relatório também indica que cerca de 35% dos estudantes portugueses deixa a escola sem completar o ensino secundário.
A juventude é hoje uma das grandes prioridades da União Europeia. A UE defronta-se atualmente com elevadas taxas de desemprego entre jovens. Cerca de 30,1% dos desempregados com menos de 25 anos na UE estão sem emprego há mais de 12 meses. Em face desta situação a Comissão Europeia (CE) adotou medidas e programas que visam promover a criação de emprego e combater a marginalização e a exclusão dos cerca de 5,5 milhões de jovens que estão desempregados e dos mais de 7,5 milhões de jovens até 25 anos que não estão a trabalhar nem estão inseridos no sistema educativo e formativo.
Investir no capital humano que os jovens europeus representam, trará benefícios a longo prazo e contribuirá para um crescimento económico duradouro e inclusivo. A União Europeia será capaz de tirar pleno proveito de uma mão-de-obra ativa, inovadora e qualificada, ao mesmo tempo que evitará os custos muito elevados de ter jovens NEET que não trabalham, não estudam nem seguem qualquer formação, os quais representam atualmente 1,2 % do PIB. Estima-se que os jovens NEET custem à UE 153 mil milhões de euros por ano em termos de subsídios e de perdas de rendimentos e impostos. A Iniciativa para o Emprego dos Jovens já apoiou diretamente mais de 1,6 milhões de jovens em toda a UE
O programa Garantia para a Juventude tornou-se uma realidade em toda a UE e já contribuiu para melhorar as vidas de milhões de jovens europeus. Desde janeiro de 2014, 16 milhões de jovens participaram em programas associados à Garantia para a Juventude. Dez milhões de jovens aceitaram uma oferta no quadro desta iniciativa, na sua maioria ofertas de emprego.
Em Portugal, e segundo dados do INE (1º trimestre de 2017) existem 175.900 jovens NEET até aos 30 anos que não estudam, não trabalham, nem frequentam formação profissional. Destes, 108.300 são desempregados, ou seja, efetuam de forma regular diligências de procura ativa de emprego. Por outro lado, 67.500 jovens não estudam, não trabalham, nem frequentam formação profissional, e, em geral, não procuram respostas nestes domínios.
Em Portugal, o programa da UE designa-se Garantia Jovem e é coordenado e implementado pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). Tem como principal objetivo proporcionar aos jovens entre os 15 e os 29 anos que não se encontrem a estudar nem a trabalhar, uma oportunidade para apostar na sua qualificação e estar em contacto com o mercado de trabalho, no prazo de quatro meses após a inscrição no site ou nos seus parceiros. Portugal decidiu alargar a faixa etária até aos 29 anos, considerando que tinha, à data, uma taxa de desemprego jovem superior à média da UE.
O Programa Garantia Jovem é uma iniciativa interministerial de prevenção e combate ao desemprego jovem que visa proporcionar a todos os jovens com menos de 30 anos de idade uma oportunidade de educação e formação, estágio ou emprego, no prazo de 4 meses após ficarem desempregados ou terem saído do sistema educativo e formativo. A Garantia Jovem surge na sequência de uma Recomendação da Comissão Europeia para que todos os Estados-Membros garantam aos jovens com menos de 25 anos uma oportunidade de qualidade de emprego, educação e formação ou estágio, no prazo de 4 meses após terem saído do sistema educativo/formativo ou terem ficado desempregados. Esta Recomendação foi precedida de outras iniciativas da Comissão Europeia no sentido de os Estados-Membros adotarem políticas destinadas a reduzir as taxas de desemprego jovem, a promover a empregabilidade dos jovens e a sua entrada no mercado de trabalho, tendo como finalidade contribuir para alcançar as metas fixadas na Estratégia 2020.
No âmbito da Estratégia Europa 2020, a criação de emprego foi assumida como uma das prioridades da estratégia para um Crescimento Inteligente, Sustentável e Inclusivo, considerando-se que a nova agenda deveria permitir alcançar níveis elevados de emprego, de produtividade e de coesão social.
A CE propôs grandes objetivos a alcançar em 2020, destacando-se dois ligados diretamente a emprego:
i) 75% da população de idade compreendida entre 20 e 64 anos deverá estar empregada; e
ii) pelo menos 40% dos jovens devem ter um diploma de ensino superior.
O Programa Garantia Jovem tem 3 grandes objetivos:
-Aumentar as qualificações dos jovens;
-Facilitar a transição para o mercado de trabalho;
-Reduzir o desemprego jovem.
No âmbito do programa Garantia Jovem, o IEFP apresentou a Estratégia Nacional de Sinalização, um plano a 4 anos, para encontrar soluções para os jovens que não trabalham e não estudam. Até 2020, pretende-se diminuir para 30.000 o número de jovens que não estudam, não trabalha, não frequentam qualquer formação e que não estão inscritos nos centros de emprego.
18.12.17
António Costa considera redução do desemprego jovem positiva mas insuficiente
in TSF
O secretário-geral do PS diz ser "com particular satisfação" que regista que onde o desemprego mais baixou foi entre os jovens, considerando, contudo, que estes "sinais positivos" não chegam.
Bruxelas leva Portugal a tribunal por não proteger habitats naturais
"Porque ninguém se pode conformar, nem ninguém pode conviver de consciência tranquila quando sabemos que, apesar de termos reduzido já bastante, ainda há 100 mil jovens desempregados e 100 mil jovens desempregados significa que o país está a perder e a desperdiçar a capacidade mais produtiva, mais criativa e mais bem qualificada de que dispõe. Não, não podemos viver tranquilos com 100 mil jovens desempregados", afirmou António Costa.
Costa falava no encerramento do XX Congresso da JS, que elegeu como líder o jovem deputado socialista Ivan Gonçalves, de 29 anos, natural de Almada, Setúbal, e licenciado pelo Instituto Superior Técnico em engenharia biológica. Era o único candidato à sucessão do também deputado João Torres na liderança dos jovens socialistas.
"Depois de ter atingido nos piores momentos do Governo da direita 42,5%, reduzimos este ano de 32,8 para 26,1% o número de jovens desempregados. Mas se estes sinais são positivos não podem convidar-nos a ficar acomodados, têm de nos dizer que estamos no caminho certo, mas temos de fazer mais e temos de fazer melhor", disse.
Segundo António Costa, ficou demonstrado que "não é preciso andar a financiar falsos estágios e falsas contratações para diminuir a estatística do desemprego. Com as políticas que estamos a seguir não precisamos de disfarçar, porque as estatísticas estão a melhorar, não com base em truques, mas com base na criação efetiva de postos de trabalho dignos e não precários".
"Vamos agora apresentar o plano nacional de combate à precariedade, vamos aumentar o número de fiscais na Autoridade para as Condições de Trabalho para fiscalizar efetivamente os abusos que são cometidos em matéria de precariedade. Vamos avançar com o 'contrato geração' em duas modalidades, a modalidade de contratação simultânea de um jovem desempregado com um desempregado de longa duração e a modalidade de possibilidade de quem mais anos trabalhou poder ter uma reforma a tempo parcial em contrapartida da criação de um posto de trabalho a tempo inteiro para um jovem que esteja desempregado", afirmou.
E acrescentou: "Esta é a sociedade de gerações que queremos construir, este é o contrato de gerações que vamos introduzir".
O líder socialista lembrou que "este primeiro ano foi muito centrado naquilo que se pode designar a resposta de emergência ao estado em que o PSD e o CDS deixaram o país, em matéria de rendimento das famílias, em matéria de reconstrução do que são serviços públicos essenciais, resposta àquilo que são os desafios da crispação da sociedade, desrespeito e violação permanente e continuada da Constituição".
"O balanço deste primeiro ano é um balanço positivo, porque cumprimos o que nos comprometemos em matéria de reposição de rendimentos, vamos cumprir o que nos comprometemos em matéria de redução do défice, estamos a cumprir em matéria de criação de postos de trabalho e em redução do desemprego", sublinhou.
Para o próximo ano, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro apontou como "política emblemática, a política de habitação", por considerar que "a habitação é uma questão chave, é uma questão essencial e que é transversal, porque mobiliza desde logo um setor que foi diabolizado e destruído durante quatro anos, que foi o setor da construção".
"É um setor essencial para que muita gente da minha geração possa reencontrar oportunidades de trabalho, mas é absolutamente essencial para que a vossa geração possa encontrar alternativas que sejam compatíveis com o acesso à habitação e, simultaneamente, de renovarmos e rejuvenescermos as nossas cidades. Sabemos bem que não há futuro para as nossas cidades se o centro dessas cidades não for reocupado pela vossa geração", disse.
E para que isso aconteça, salientou António Costa, é necessário dar "prioridade à reabilitação, mas é necessário, também, dar prioridade à criação de mecanismos de arrendamento acessível, para que seja possível as novas gerações tomarem conta das cidades, que não podem continuar a envelhecer de quem cá vive e só a rejuvenescer de quem cá passa como Erasmus ou a passar um fim de semana".
"É preciso e é fundamental que tomem conta das nossas cidades e essa tem de ser uma das grandes prioridades do PS nas políticas nacionais e nas políticas autárquicas nas próximas eleições de outubro de 2017", acrescentou.
O secretário-geral do PS diz ser "com particular satisfação" que regista que onde o desemprego mais baixou foi entre os jovens, considerando, contudo, que estes "sinais positivos" não chegam.
Bruxelas leva Portugal a tribunal por não proteger habitats naturais
"Porque ninguém se pode conformar, nem ninguém pode conviver de consciência tranquila quando sabemos que, apesar de termos reduzido já bastante, ainda há 100 mil jovens desempregados e 100 mil jovens desempregados significa que o país está a perder e a desperdiçar a capacidade mais produtiva, mais criativa e mais bem qualificada de que dispõe. Não, não podemos viver tranquilos com 100 mil jovens desempregados", afirmou António Costa.
Costa falava no encerramento do XX Congresso da JS, que elegeu como líder o jovem deputado socialista Ivan Gonçalves, de 29 anos, natural de Almada, Setúbal, e licenciado pelo Instituto Superior Técnico em engenharia biológica. Era o único candidato à sucessão do também deputado João Torres na liderança dos jovens socialistas.
"Depois de ter atingido nos piores momentos do Governo da direita 42,5%, reduzimos este ano de 32,8 para 26,1% o número de jovens desempregados. Mas se estes sinais são positivos não podem convidar-nos a ficar acomodados, têm de nos dizer que estamos no caminho certo, mas temos de fazer mais e temos de fazer melhor", disse.
Segundo António Costa, ficou demonstrado que "não é preciso andar a financiar falsos estágios e falsas contratações para diminuir a estatística do desemprego. Com as políticas que estamos a seguir não precisamos de disfarçar, porque as estatísticas estão a melhorar, não com base em truques, mas com base na criação efetiva de postos de trabalho dignos e não precários".
"Vamos agora apresentar o plano nacional de combate à precariedade, vamos aumentar o número de fiscais na Autoridade para as Condições de Trabalho para fiscalizar efetivamente os abusos que são cometidos em matéria de precariedade. Vamos avançar com o 'contrato geração' em duas modalidades, a modalidade de contratação simultânea de um jovem desempregado com um desempregado de longa duração e a modalidade de possibilidade de quem mais anos trabalhou poder ter uma reforma a tempo parcial em contrapartida da criação de um posto de trabalho a tempo inteiro para um jovem que esteja desempregado", afirmou.
E acrescentou: "Esta é a sociedade de gerações que queremos construir, este é o contrato de gerações que vamos introduzir".
O líder socialista lembrou que "este primeiro ano foi muito centrado naquilo que se pode designar a resposta de emergência ao estado em que o PSD e o CDS deixaram o país, em matéria de rendimento das famílias, em matéria de reconstrução do que são serviços públicos essenciais, resposta àquilo que são os desafios da crispação da sociedade, desrespeito e violação permanente e continuada da Constituição".
"O balanço deste primeiro ano é um balanço positivo, porque cumprimos o que nos comprometemos em matéria de reposição de rendimentos, vamos cumprir o que nos comprometemos em matéria de redução do défice, estamos a cumprir em matéria de criação de postos de trabalho e em redução do desemprego", sublinhou.
Para o próximo ano, o secretário-geral do PS e primeiro-ministro apontou como "política emblemática, a política de habitação", por considerar que "a habitação é uma questão chave, é uma questão essencial e que é transversal, porque mobiliza desde logo um setor que foi diabolizado e destruído durante quatro anos, que foi o setor da construção".
"É um setor essencial para que muita gente da minha geração possa reencontrar oportunidades de trabalho, mas é absolutamente essencial para que a vossa geração possa encontrar alternativas que sejam compatíveis com o acesso à habitação e, simultaneamente, de renovarmos e rejuvenescermos as nossas cidades. Sabemos bem que não há futuro para as nossas cidades se o centro dessas cidades não for reocupado pela vossa geração", disse.
E para que isso aconteça, salientou António Costa, é necessário dar "prioridade à reabilitação, mas é necessário, também, dar prioridade à criação de mecanismos de arrendamento acessível, para que seja possível as novas gerações tomarem conta das cidades, que não podem continuar a envelhecer de quem cá vive e só a rejuvenescer de quem cá passa como Erasmus ou a passar um fim de semana".
"É preciso e é fundamental que tomem conta das nossas cidades e essa tem de ser uma das grandes prioridades do PS nas políticas nacionais e nas políticas autárquicas nas próximas eleições de outubro de 2017", acrescentou.
A última entrevista de Armando Leandro à frente da Comissão Nacional da Proteção das Crianças
in RTP
Armando Leandro foi durante 12 anos o presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens. No dia 16 de novembro deixou a presidência deste organismo público, sendo substituído por Rosário Farmhouse.
Armando Leandro acumulava esta função na CNPDPCJ com a de presidente, administrador e gerente da instituição privada, a Associação Portuguesa para o Direito dos Menores e da Família/CrescerSer.
Trata-se de uma Associação com sete lares privados de acolhimento de crianças em risco, cujos corpos sociais são compostos por outras figuras do Estado.
A última entrevista de Armando Leandro, enquanto presidente da CNPDPCJ, foi concedida ao programa Linha da Frente.
Veja a entrevista na íntegra, realizada na sede da CrescerSer.
Armando Leandro foi durante 12 anos o presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens. No dia 16 de novembro deixou a presidência deste organismo público, sendo substituído por Rosário Farmhouse.
Armando Leandro acumulava esta função na CNPDPCJ com a de presidente, administrador e gerente da instituição privada, a Associação Portuguesa para o Direito dos Menores e da Família/CrescerSer.
Trata-se de uma Associação com sete lares privados de acolhimento de crianças em risco, cujos corpos sociais são compostos por outras figuras do Estado.
A última entrevista de Armando Leandro, enquanto presidente da CNPDPCJ, foi concedida ao programa Linha da Frente.
Veja a entrevista na íntegra, realizada na sede da CrescerSer.
15.12.17
Responsabilidade Social: como uma consciência social pode atrair e reter talento
Marco Barbosa, in o Observador
Estudo revela que 84% dos Millennials admitem que ter um impacto positivo no mundo é mais importante do que o reconhecimento profissional. Mas o que significa isso para as empresas?
Os Millennials superam já qualquer outra geração na força de trabalho e, até 2020, representarão mais de metade do seu total. E, ao contrário de muitos de seus predecessores, os Millennials são mais motivados por melhorar o mundo que os rodeia, do que por cargos de prestígio ou empregos com remuneração elevada.
De acordo com um estudo da Universidade de Bentley, 84% dos Millennials admitem que ter um impacto positivo no mundo é mais importante do que o reconhecimento profissional. Mas o que significa isso para as empresas que tentam atrair e reter os melhores talentos? Se a recompensa monetária e o reconhecimento profissional não funcionam como incentivos, o que funcionará?
A resposta: responsabilidade social e ambiental
A ideia de que conseguimos mudar o sistema de dentro para fora parece ter morrido juntamente com a crise financeira, mas os Millennials entendem que conseguem usar o seu poder de influência para encorajar as empresas a contribuirem positivamente para o mundo que as rodeia. O Millennial Impact Report descobriu que mais de metade dos Millennials são motivados em trabalhar em empresas cuja missão é transformar o mundo.
Isso levou a uma mudança incremental na forma como as empresas se apresentam e a uma redução em atividades geradoras de desperdício, tais como o excesso de impressão em papel. Mas as empresas precisam de ter uma visão mais abrangente do que apenas poupanças na eficiência – é necessário que demonstrem um compromisso com a promoção de mudança no mundo. Isto trará a solidariedade social para o primeiro plano tornando-a um aspeto-chave para todas as empresas nos próximos anos.
O relatório Global CEO Survey da PwC mostra que 64% das empresas consideram que as suas políticas de solidariedade social são um aspeto fundamental do seu negócio. No entanto, apenas 29% das empresas se focam na responsabilidade social como estratégia para atrair e reter os melhores talentos na sua força de trabalho.
As empresas que demonstrem compromisso a longo prazo, implementando bons processos e plataformas para gerir as suas políticas de responsabilidade social, superarão outras em termos de aquisição e retenção de talentos, produtividade e vendas.
Atrair os melhores talentos
De acordo com o relatório Project ROI, 76% dos americanos não aceitariam um emprego numa empresa com má reputação, ainda que estivessem desempregados, e 45% dos Millennials declararam que aceitariam um corte salarial optando por trabalhar para uma empresa que tenha um impacto social ou ambiental positivo. Ao mesmo tempo, 78% dos Millennials dizem que a responsabilidade social influencia diretamente se eles trabalhariam em determinada empresa, 90% dizem que querem usar as suas competências para o bem, 75% dos colaboradores querem participar dos programas de filantropia e voluntariado da sua empresa e 93% dos colaboradores que se voluntariam estão felizes com o seu empregador. Estes dados reforçam a importância inequívoca de uma boa reputação em termos de responsabilidade social.
Segundo a Harvard Business Review, não é necessariamente oferecendo mais dinheiro que se conseguem atrair e reter os recursos humanos que “vestem a camisola” e acreditam na empresa. As empresas precisam de demonstrar que estão empenhadas em ter um impacto positivo, que os colaboradores são envolvidos nesse processo e que isso é um aspeto fundamental na sua operação.
O mesmo relatório descobriu ainda que responsabilidade social reduziu a taxa de rotatividade do pessoal em 25-50% – o mesmo efeito que um aumento salarial de 3.700 dólares por ano. Isto permite uma poupança nos custos de recrutamento de 90-200% do salário anual de um colaborador. Assim, a responsabilidade social não só ajuda a atrair os melhores talentos, mas contribui também para os reter.
Melhorar a produtividade
Segundo a Gallup, 17,2% dos colaboradores são “tóxicos” e cada um tem um custo de cerca de 12.000 dólares por ano em baixa produtividade. Simon Sinek defende que a motivação das pessoas assenta na razão pela qual as empresas fazem o que fazem, mais do que a forma como o fazem. Isso é útil de uma perspetiva de gestão de marca, mas também se transfere para o funcionamento diário do negócio.
Apesar do receio de que as políticas de responsabilidade social ocupem o tempo dos colaboradores com tarefas não diretamente imputáveis ao seu cargo, os programas de solidariedade social têm demonstrado ser capazes de melhorar a produtividade em cerca de 13%, de acordo com o Project ROI.
O grande desafio para os empregadores é encontrar uma forma de gerir eficientemente estas políticas. Dedicar demasiado tempo e atenção pode ser uma distração e anular os ganhos de produtividade, mas dedicar pouco tempo acarreta o risco de o compromisso social se perder. Algumas grandes empresas estão mesmo a recrutar diretores de responsabilidade social (muitas vezes em colaboração com diretores de RH e Marketing) para gerirem o seu impacto, donativos, e programas de voluntariado. No entanto, para empresas mais pequenas, tal poderá não ser necessário ou viável.
Habilitar o programa de responsabilidade social com tecnologia traduz-se numa gestão manual mínima, e é geralmente a melhor e mais fácil forma de envolver todos os colaboradores, possibilitar novas funcionalidade e analisar o impacto. Os colaboradores têm então o poder de decisão e as ferramentas para se envolverem, ou não, com as ações de voluntariado, ou angariação de fundos para causas pessoais ou sociais com as quais se identificam.
Aumentar as vendas
As políticas de solidariedade social são uma excelente forma para atrair, reter e inspirar os melhores talentos. Mas o impacto não se fica por aí: também os clientes são inspirados pelas políticas de responsabilidade social.
Nos Estados Unidos, 83% dos consumidores dizem querer consumir mais produtos e serviços de empresas que contribuem para uma causa social, e 62% dizem-se motivados a mudar de marca na ausência de um propósito social claro.
Como tal, as empresas com uma boa reputação social veem as suas vendas aumentar em até 20%, de acordo com o relatório Project ROI, e por cada dólar em contribuições filantrópicas podem gerar 6 dólares de receita (dentro da razoabilidade).
É claro que as vendas não aumentarão se os clientes não conhecerem o trabalho que a empresa realiza, por isso a divulgação é um aspeto crítico. Isso geralmente é mais fácil de dizer do que de fazer, mas um gestor de responsabilidade social ou plataforma tecnológica deve poder registar e analisar os donativos, horas de voluntariado, causas apoiadas, medir o impacto nos colaboradores, etc.. Esses factos ajudam a comparar o seu negócio com outros e demonstrar o seu compromisso, proporcionando um excelente material de marketing.
Marco Barbosa é empreendedor social e foi selecionado pela ‘Forbes 30 under 30’ na categoria de Empreendedorismo Social em 2016. O seu atual projeto é a eSolidar, uma plataforma tecnológica que liga empresas a instituições de solidariedade social, com o objetivo de promover o desenvolvimento de programas de responsabilidade social, filantropia e voluntariado
Estudo revela que 84% dos Millennials admitem que ter um impacto positivo no mundo é mais importante do que o reconhecimento profissional. Mas o que significa isso para as empresas?
Os Millennials superam já qualquer outra geração na força de trabalho e, até 2020, representarão mais de metade do seu total. E, ao contrário de muitos de seus predecessores, os Millennials são mais motivados por melhorar o mundo que os rodeia, do que por cargos de prestígio ou empregos com remuneração elevada.
De acordo com um estudo da Universidade de Bentley, 84% dos Millennials admitem que ter um impacto positivo no mundo é mais importante do que o reconhecimento profissional. Mas o que significa isso para as empresas que tentam atrair e reter os melhores talentos? Se a recompensa monetária e o reconhecimento profissional não funcionam como incentivos, o que funcionará?
A resposta: responsabilidade social e ambiental
A ideia de que conseguimos mudar o sistema de dentro para fora parece ter morrido juntamente com a crise financeira, mas os Millennials entendem que conseguem usar o seu poder de influência para encorajar as empresas a contribuirem positivamente para o mundo que as rodeia. O Millennial Impact Report descobriu que mais de metade dos Millennials são motivados em trabalhar em empresas cuja missão é transformar o mundo.
Isso levou a uma mudança incremental na forma como as empresas se apresentam e a uma redução em atividades geradoras de desperdício, tais como o excesso de impressão em papel. Mas as empresas precisam de ter uma visão mais abrangente do que apenas poupanças na eficiência – é necessário que demonstrem um compromisso com a promoção de mudança no mundo. Isto trará a solidariedade social para o primeiro plano tornando-a um aspeto-chave para todas as empresas nos próximos anos.
O relatório Global CEO Survey da PwC mostra que 64% das empresas consideram que as suas políticas de solidariedade social são um aspeto fundamental do seu negócio. No entanto, apenas 29% das empresas se focam na responsabilidade social como estratégia para atrair e reter os melhores talentos na sua força de trabalho.
As empresas que demonstrem compromisso a longo prazo, implementando bons processos e plataformas para gerir as suas políticas de responsabilidade social, superarão outras em termos de aquisição e retenção de talentos, produtividade e vendas.
Atrair os melhores talentos
De acordo com o relatório Project ROI, 76% dos americanos não aceitariam um emprego numa empresa com má reputação, ainda que estivessem desempregados, e 45% dos Millennials declararam que aceitariam um corte salarial optando por trabalhar para uma empresa que tenha um impacto social ou ambiental positivo. Ao mesmo tempo, 78% dos Millennials dizem que a responsabilidade social influencia diretamente se eles trabalhariam em determinada empresa, 90% dizem que querem usar as suas competências para o bem, 75% dos colaboradores querem participar dos programas de filantropia e voluntariado da sua empresa e 93% dos colaboradores que se voluntariam estão felizes com o seu empregador. Estes dados reforçam a importância inequívoca de uma boa reputação em termos de responsabilidade social.
Segundo a Harvard Business Review, não é necessariamente oferecendo mais dinheiro que se conseguem atrair e reter os recursos humanos que “vestem a camisola” e acreditam na empresa. As empresas precisam de demonstrar que estão empenhadas em ter um impacto positivo, que os colaboradores são envolvidos nesse processo e que isso é um aspeto fundamental na sua operação.
O mesmo relatório descobriu ainda que responsabilidade social reduziu a taxa de rotatividade do pessoal em 25-50% – o mesmo efeito que um aumento salarial de 3.700 dólares por ano. Isto permite uma poupança nos custos de recrutamento de 90-200% do salário anual de um colaborador. Assim, a responsabilidade social não só ajuda a atrair os melhores talentos, mas contribui também para os reter.
Melhorar a produtividade
Segundo a Gallup, 17,2% dos colaboradores são “tóxicos” e cada um tem um custo de cerca de 12.000 dólares por ano em baixa produtividade. Simon Sinek defende que a motivação das pessoas assenta na razão pela qual as empresas fazem o que fazem, mais do que a forma como o fazem. Isso é útil de uma perspetiva de gestão de marca, mas também se transfere para o funcionamento diário do negócio.
Apesar do receio de que as políticas de responsabilidade social ocupem o tempo dos colaboradores com tarefas não diretamente imputáveis ao seu cargo, os programas de solidariedade social têm demonstrado ser capazes de melhorar a produtividade em cerca de 13%, de acordo com o Project ROI.
O grande desafio para os empregadores é encontrar uma forma de gerir eficientemente estas políticas. Dedicar demasiado tempo e atenção pode ser uma distração e anular os ganhos de produtividade, mas dedicar pouco tempo acarreta o risco de o compromisso social se perder. Algumas grandes empresas estão mesmo a recrutar diretores de responsabilidade social (muitas vezes em colaboração com diretores de RH e Marketing) para gerirem o seu impacto, donativos, e programas de voluntariado. No entanto, para empresas mais pequenas, tal poderá não ser necessário ou viável.
Habilitar o programa de responsabilidade social com tecnologia traduz-se numa gestão manual mínima, e é geralmente a melhor e mais fácil forma de envolver todos os colaboradores, possibilitar novas funcionalidade e analisar o impacto. Os colaboradores têm então o poder de decisão e as ferramentas para se envolverem, ou não, com as ações de voluntariado, ou angariação de fundos para causas pessoais ou sociais com as quais se identificam.
Aumentar as vendas
As políticas de solidariedade social são uma excelente forma para atrair, reter e inspirar os melhores talentos. Mas o impacto não se fica por aí: também os clientes são inspirados pelas políticas de responsabilidade social.
Nos Estados Unidos, 83% dos consumidores dizem querer consumir mais produtos e serviços de empresas que contribuem para uma causa social, e 62% dizem-se motivados a mudar de marca na ausência de um propósito social claro.
Como tal, as empresas com uma boa reputação social veem as suas vendas aumentar em até 20%, de acordo com o relatório Project ROI, e por cada dólar em contribuições filantrópicas podem gerar 6 dólares de receita (dentro da razoabilidade).
É claro que as vendas não aumentarão se os clientes não conhecerem o trabalho que a empresa realiza, por isso a divulgação é um aspeto crítico. Isso geralmente é mais fácil de dizer do que de fazer, mas um gestor de responsabilidade social ou plataforma tecnológica deve poder registar e analisar os donativos, horas de voluntariado, causas apoiadas, medir o impacto nos colaboradores, etc.. Esses factos ajudam a comparar o seu negócio com outros e demonstrar o seu compromisso, proporcionando um excelente material de marketing.
Marco Barbosa é empreendedor social e foi selecionado pela ‘Forbes 30 under 30’ na categoria de Empreendedorismo Social em 2016. O seu atual projeto é a eSolidar, uma plataforma tecnológica que liga empresas a instituições de solidariedade social, com o objetivo de promover o desenvolvimento de programas de responsabilidade social, filantropia e voluntariado
12.12.17
Há portugueses no Luxemburgo que ainda sentem “discriminação”
autoria Ana Marques Maia, in Público on-line
Sentem "discriminação, desdém, indiferença, repulsa e ingratidão". São emigrantes portugueses no Luxemburgo e representam, em conjunto com as suas famílias, cerca de 16,4% da população do país, segundo dados do Observatório da Emigração. O fotógrafo bracarense Luís Vilaça passou uma semana em Vianden, em Abril de 2017, onde pôde testemunhar e compreender os desafios de quem vive no local na condição de imigrante. O título do projecto, Scheiß Portugiesen, que o Google traduz como "maldito português", foi escolhido por consistir numa expressão que continua a ouvir-se com frequência no país. “Pude presenciar este facto enquanto lá estava”, garantiu o fotógrafo ao P3, em entrevista. “Aconteceu ver-me envolvido numa rixa entre duas comunidades e ouvir scheiß portugiesen.”
Nas décadas de 60 e 70 do século XX, mais de um milhão de portugueses rumaram ao centro da Europa para escapar à pobreza, à ditadura e à guerra colonial. Ao Luxemburgo chegaram, então, mais de 100 mil; foram encaminhados, sobretudo, para as áreas da construção civil, da hotelaria e do comércio. “Se é verdade que saíram de Portugal sem os conhecimentos necessários para poderem ser bem-sucedidos, também é verdade que o Luxemburgo não lhes facilitou a vida”, refere o fotógrafo, apontando problemas no acesso à nacionalidade luxemburguesa, discriminação de luso-descendentes em contexto escolar e imposições linguísticas no local de trabalho. “Nós estamos adaptados aqui, mas ainda é muito difícil conseguir estar bem”, disse um dos retratados ao fotógrafo. “No trabalho, por exemplo, não nos deixam falar português, obrigam-nos a falar outra língua. Não gostam. Principalmente os mais velhos.”
A questão da obtenção da nacionalidade luxemburguesa é outro obstáculo referido pelo fotógrafo. Isto porque as provas para aquisição de nacionalidade exigem o domínio do luxemburguês, que é apenas um dos três idiomas oficiais do país. “Nas escolas, o ensino é feito em alemão, em contexto laboral usa-se maioritariamente o francês. (…) Estamos perante um cenário em que o domínio da língua menos falada do país é a exigida para obtenção da nacionalidade”, conclui Vilaça. A obtenção da dupla nacionalidade é relevante por dar acesso a melhores empregos — uma carência entre os membros da comunidade portuguesa que se mantêm, não raramente, “reféns de trabalhos de exploração”.
A discriminação laboral, segundo o autor, tem uma raiz muito mais profunda: penetra o tecido escolar luxemburguês. “Os alunos de outras nacionalidades vêem-se, por vezes, prejudicados ao serem encaminhados para escalões de ensino inferiores e que darão, no futuro, acesso a empregos menos qualificados.”
Não foi a primeira vez que Luís Vilaça visitou o Luxemburgo. Em 2016 começou a aperceber-se da complexidade da vivência da comunidade portuguesa no local. “Em consequência das dificuldades que enfrentam, os portugueses criaram uma subcultura, um círculo onde se sentem acolhidos, onde se esforçam por que a realidade vá de encontro ao que sonharam. Esta é uma comunidade que existe dentro de outra muito maior, mas que vive, paradoxalmente, fora da dela. Os portugueses vêem-se a si próprios como órfãos: vivem sozinhos e distantes de tudo o que os completa.”
O trabalho de Luís Vilaça, assim como o de outros alunos finalistas do curso profissional do Instituto Português de Fotografia — como é o caso do de Adriana Boiça Silva, sobre escoliose idiopática —, esteve recentemente em exposição na Galeria Geraldes da Silva, no Porto.
Sentem "discriminação, desdém, indiferença, repulsa e ingratidão". São emigrantes portugueses no Luxemburgo e representam, em conjunto com as suas famílias, cerca de 16,4% da população do país, segundo dados do Observatório da Emigração. O fotógrafo bracarense Luís Vilaça passou uma semana em Vianden, em Abril de 2017, onde pôde testemunhar e compreender os desafios de quem vive no local na condição de imigrante. O título do projecto, Scheiß Portugiesen, que o Google traduz como "maldito português", foi escolhido por consistir numa expressão que continua a ouvir-se com frequência no país. “Pude presenciar este facto enquanto lá estava”, garantiu o fotógrafo ao P3, em entrevista. “Aconteceu ver-me envolvido numa rixa entre duas comunidades e ouvir scheiß portugiesen.”
Nas décadas de 60 e 70 do século XX, mais de um milhão de portugueses rumaram ao centro da Europa para escapar à pobreza, à ditadura e à guerra colonial. Ao Luxemburgo chegaram, então, mais de 100 mil; foram encaminhados, sobretudo, para as áreas da construção civil, da hotelaria e do comércio. “Se é verdade que saíram de Portugal sem os conhecimentos necessários para poderem ser bem-sucedidos, também é verdade que o Luxemburgo não lhes facilitou a vida”, refere o fotógrafo, apontando problemas no acesso à nacionalidade luxemburguesa, discriminação de luso-descendentes em contexto escolar e imposições linguísticas no local de trabalho. “Nós estamos adaptados aqui, mas ainda é muito difícil conseguir estar bem”, disse um dos retratados ao fotógrafo. “No trabalho, por exemplo, não nos deixam falar português, obrigam-nos a falar outra língua. Não gostam. Principalmente os mais velhos.”
A questão da obtenção da nacionalidade luxemburguesa é outro obstáculo referido pelo fotógrafo. Isto porque as provas para aquisição de nacionalidade exigem o domínio do luxemburguês, que é apenas um dos três idiomas oficiais do país. “Nas escolas, o ensino é feito em alemão, em contexto laboral usa-se maioritariamente o francês. (…) Estamos perante um cenário em que o domínio da língua menos falada do país é a exigida para obtenção da nacionalidade”, conclui Vilaça. A obtenção da dupla nacionalidade é relevante por dar acesso a melhores empregos — uma carência entre os membros da comunidade portuguesa que se mantêm, não raramente, “reféns de trabalhos de exploração”.
A discriminação laboral, segundo o autor, tem uma raiz muito mais profunda: penetra o tecido escolar luxemburguês. “Os alunos de outras nacionalidades vêem-se, por vezes, prejudicados ao serem encaminhados para escalões de ensino inferiores e que darão, no futuro, acesso a empregos menos qualificados.”
Não foi a primeira vez que Luís Vilaça visitou o Luxemburgo. Em 2016 começou a aperceber-se da complexidade da vivência da comunidade portuguesa no local. “Em consequência das dificuldades que enfrentam, os portugueses criaram uma subcultura, um círculo onde se sentem acolhidos, onde se esforçam por que a realidade vá de encontro ao que sonharam. Esta é uma comunidade que existe dentro de outra muito maior, mas que vive, paradoxalmente, fora da dela. Os portugueses vêem-se a si próprios como órfãos: vivem sozinhos e distantes de tudo o que os completa.”
O trabalho de Luís Vilaça, assim como o de outros alunos finalistas do curso profissional do Instituto Português de Fotografia — como é o caso do de Adriana Boiça Silva, sobre escoliose idiopática —, esteve recentemente em exposição na Galeria Geraldes da Silva, no Porto.
11.12.17
"Uma justiça tardia não é justa nem digna do país"
in Diário de Notícias
Presidente da República diz que Portugal tem "dos mais elevados níveis de respeito" pelos Direitos Humanos, mas existem ainda "importantes limitações", como a pobreza, que merecem atenção, referindo também a morosidade do sistema judicial.
"Atingimos dos mais elevados níveis de respeito pela pessoa e pelos Direitos Humanos, em Liberdade e Democracia, mas há ainda importantes limitações, como a pobreza, e outras ameaças para as quais devemos estar atentos e vigilantes, cumprindo as exigências do Estado de direito democrático e social que nos orgulhamos de ser", refere uma mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa divulgada no sítio da internet da Presidência da República.
Para assinalar o Dia Internacional dos Direitos Humanos, que hoje se comemora, o Presidente da República escolheu igualmente falar do "problema da Justiça".
Saliento também o problema da justiça, da confiança dos Cidadãos e da morosidade do sistema judicial. Uma justiça tardia não é justa nem digna do país desenvolvido que somos e aspiramos a ser cada vez mais
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, desde 10 de dezembro de 1948, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Declaração Universal dos Direitos do Homem, "registaram-se progressos notáveis na salvaguarda dos Direitos Humanos em todo o planeta", mas também "houve retrocessos inesperados, e surgiram novas ameaças à dignidade da pessoa humana em vários pontos do globo".
Os avanços tecnológicos, por exemplo, "suscitam problemas quanto à defesa da privacidade e à intimidade de cada qual", continuou.
Nos países mais desenvolvidos, onde o envelhecimento da população "é uma realidade incontornável, a sustentabilidade dos sistemas de apoios sociais encontra-se sob grande pressão, do mesmo passo que surgem novas formas de discriminação quanto à chamada 'terceira idade', a ponto de muitos falarem já de 'idadismo', um fenómeno de exclusão e marginalização dos mais velhos semelhante ao racismo, ao sexismo ou à xenofobia", realçou ainda o Presidente da República.
Acrescentou que esta última "pode vir a aumentar nos países da Europa - e não só -, mercê do afluxo de refugiados e do crescimento de movimentos radicais e lideranças populistas".
O Presidente da República faz questão de agradecer a todos os cidadãos e organizações da sociedade civil que se empenham a favor dos Direitos Humanos.
Presidente da República diz que Portugal tem "dos mais elevados níveis de respeito" pelos Direitos Humanos, mas existem ainda "importantes limitações", como a pobreza, que merecem atenção, referindo também a morosidade do sistema judicial.
"Atingimos dos mais elevados níveis de respeito pela pessoa e pelos Direitos Humanos, em Liberdade e Democracia, mas há ainda importantes limitações, como a pobreza, e outras ameaças para as quais devemos estar atentos e vigilantes, cumprindo as exigências do Estado de direito democrático e social que nos orgulhamos de ser", refere uma mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa divulgada no sítio da internet da Presidência da República.
Para assinalar o Dia Internacional dos Direitos Humanos, que hoje se comemora, o Presidente da República escolheu igualmente falar do "problema da Justiça".
Saliento também o problema da justiça, da confiança dos Cidadãos e da morosidade do sistema judicial. Uma justiça tardia não é justa nem digna do país desenvolvido que somos e aspiramos a ser cada vez mais
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, desde 10 de dezembro de 1948, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Declaração Universal dos Direitos do Homem, "registaram-se progressos notáveis na salvaguarda dos Direitos Humanos em todo o planeta", mas também "houve retrocessos inesperados, e surgiram novas ameaças à dignidade da pessoa humana em vários pontos do globo".
Os avanços tecnológicos, por exemplo, "suscitam problemas quanto à defesa da privacidade e à intimidade de cada qual", continuou.
Nos países mais desenvolvidos, onde o envelhecimento da população "é uma realidade incontornável, a sustentabilidade dos sistemas de apoios sociais encontra-se sob grande pressão, do mesmo passo que surgem novas formas de discriminação quanto à chamada 'terceira idade', a ponto de muitos falarem já de 'idadismo', um fenómeno de exclusão e marginalização dos mais velhos semelhante ao racismo, ao sexismo ou à xenofobia", realçou ainda o Presidente da República.
Acrescentou que esta última "pode vir a aumentar nos países da Europa - e não só -, mercê do afluxo de refugiados e do crescimento de movimentos radicais e lideranças populistas".
O Presidente da República faz questão de agradecer a todos os cidadãos e organizações da sociedade civil que se empenham a favor dos Direitos Humanos.
Marcelo diz que ainda existem importantes limitações nos direitos humanos, como a pobreza
in DNotícias
O Presidente da República realçou hoje que Portugal tem “dos mais elevados níveis de respeito” pelos Direitos Humanos, mas existem ainda “importantes limitações”, como a pobreza, que merecem atenção, referindo também a morosidade do sistema judicial.
“Atingimos dos mais elevados níveis de respeito pela pessoa e pelos Direitos Humanos, em Liberdade e Democracia, mas há ainda importantes limitações, como a pobreza, e outras ameaças para as quais devemos estar atentos e vigilantes, cumprindo as exigências do Estado de direito democrático e social que nos orgulhamos de ser”, refere uma mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa divulgada no sítio da internet da Presidência da República.
Para assinalar o Dia Internacional dos Direitos Humanos, que hoje se comemora, o Presidente da República escolheu igualmente falar do “problema da Justiça”.
“Saliento também o problema da justiça, da confiança dos Cidadãos e da morosidade do sistema judicial. Uma justiça tardia não é justa nem digna do país desenvolvido que somos e aspiramos a ser cada vez mais”, apontou.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, desde 10 de dezembro de 1948, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Declaração Universal dos Direitos do Homem, “registaram-se progressos notáveis na salvaguarda dos Direitos Humanos em todo o planeta”, mas também “houve retrocessos inesperados, e surgiram novas ameaças à dignidade da pessoa humana em vários pontos do globo”.
Os avanços tecnológicos, por exemplo, “suscitam problemas quanto à defesa da privacidade e à intimidade de cada qual”, continuou.
Nos países mais desenvolvidos, onde o envelhecimento da população “é uma realidade incontornável, a sustentabilidade dos sistemas de apoios sociais encontra-se sob grande pressão, do mesmo passo que surgem novas formas de discriminação quanto à chamada ‘terceira idade’, a ponto de muitos falarem já de ‘idadismo’, um fenómeno de exclusão e marginalização dos mais velhos semelhante ao racismo, ao sexismo ou à xenofobia”, realçou ainda o Presidente da República.
Acrescentou que esta última “pode vir a aumentar nos países da Europa -- e não só --, mercê do afluxo de refugiados e do crescimento de movimentos radicais e lideranças populistas”.
O Presidente da República faz questão de agradecer a todos os cidadãos e organizações da sociedade civil que se empenham a favor dos Direitos Humanos.
O Presidente da República realçou hoje que Portugal tem “dos mais elevados níveis de respeito” pelos Direitos Humanos, mas existem ainda “importantes limitações”, como a pobreza, que merecem atenção, referindo também a morosidade do sistema judicial.
“Atingimos dos mais elevados níveis de respeito pela pessoa e pelos Direitos Humanos, em Liberdade e Democracia, mas há ainda importantes limitações, como a pobreza, e outras ameaças para as quais devemos estar atentos e vigilantes, cumprindo as exigências do Estado de direito democrático e social que nos orgulhamos de ser”, refere uma mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa divulgada no sítio da internet da Presidência da República.
Para assinalar o Dia Internacional dos Direitos Humanos, que hoje se comemora, o Presidente da República escolheu igualmente falar do “problema da Justiça”.
“Saliento também o problema da justiça, da confiança dos Cidadãos e da morosidade do sistema judicial. Uma justiça tardia não é justa nem digna do país desenvolvido que somos e aspiramos a ser cada vez mais”, apontou.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, desde 10 de dezembro de 1948, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Declaração Universal dos Direitos do Homem, “registaram-se progressos notáveis na salvaguarda dos Direitos Humanos em todo o planeta”, mas também “houve retrocessos inesperados, e surgiram novas ameaças à dignidade da pessoa humana em vários pontos do globo”.
Os avanços tecnológicos, por exemplo, “suscitam problemas quanto à defesa da privacidade e à intimidade de cada qual”, continuou.
Nos países mais desenvolvidos, onde o envelhecimento da população “é uma realidade incontornável, a sustentabilidade dos sistemas de apoios sociais encontra-se sob grande pressão, do mesmo passo que surgem novas formas de discriminação quanto à chamada ‘terceira idade’, a ponto de muitos falarem já de ‘idadismo’, um fenómeno de exclusão e marginalização dos mais velhos semelhante ao racismo, ao sexismo ou à xenofobia”, realçou ainda o Presidente da República.
Acrescentou que esta última “pode vir a aumentar nos países da Europa -- e não só --, mercê do afluxo de refugiados e do crescimento de movimentos radicais e lideranças populistas”.
O Presidente da República faz questão de agradecer a todos os cidadãos e organizações da sociedade civil que se empenham a favor dos Direitos Humanos.
Um terço dos jovens não está ligado à internet
Maria Augusta Casaca, in TSF
Um relatório da UNICEF aponta que é preciso tornar o mundo digital mais seguro e acessível a todas as crianças.
Milhões de crianças no planeta estão a ficar para trás no que diz respeito às tecnologias digitais. O relatório "Crianças num Mundo Digital", divulgado esta segunda-feira pela UNICEF, revela que um terço dos jovens no mundo, 346 milhões, não estão online.
A jornalista Maria Augusta Casaca falou com Francisca Magano, coordenadora do estudo em Portugal
Francisca Magano, coordenadora do estudo em Portugal, sublinha que esta situação vem agravar as desigualdades e reduzir a capacidade de participação desses jovens numa economia cada vez mais digital.
"Sabemos que os jovens africanos são os menos conectados - 3 em cada 5 jovens do Continente Africano estão offline, em comparação com 3 em cada 75 dos jovens na Europa", e as condições de pobreza, mas também de conflito ou catástrofes naturais são determinantes para que situações dessas aconteçam.
Se há benefícios no mundo que se abre com a internet, ela pode também trazer perigos para as crianças que a utilizam. Nomeadamente, levar ao ciberbullying ou à colocação indevida de informações pessoais on line.
As redes digitais, sublinha o relatório, são facilitadoras das piores formas de exploração e abuso, incluindo o tráfico e o abuso sexual infantil.
Por esse motivo, o relatório desafia os estados mas também as empresas a tomar medidas "que garantam a confidencialidade da criança, e que os dados são protegidos contra utilizações indevidas".
Dos Estados espera-se que invistam na educação para a literacia digital, para que as crianças aprendam a pesquisar, adquiram conhecimentos técnicos e a gerir a informação online, percebendo se ela é verdadeira ou falsa.
Neste relatório o diretor executivo da UNICEF, Anthony Lake, sublinha que a internet foi projetada para adultos mas afeta cada vez mais as vidas e o futuro das crianças.
Um relatório da UNICEF aponta que é preciso tornar o mundo digital mais seguro e acessível a todas as crianças.
Milhões de crianças no planeta estão a ficar para trás no que diz respeito às tecnologias digitais. O relatório "Crianças num Mundo Digital", divulgado esta segunda-feira pela UNICEF, revela que um terço dos jovens no mundo, 346 milhões, não estão online.
A jornalista Maria Augusta Casaca falou com Francisca Magano, coordenadora do estudo em Portugal
Francisca Magano, coordenadora do estudo em Portugal, sublinha que esta situação vem agravar as desigualdades e reduzir a capacidade de participação desses jovens numa economia cada vez mais digital.
"Sabemos que os jovens africanos são os menos conectados - 3 em cada 5 jovens do Continente Africano estão offline, em comparação com 3 em cada 75 dos jovens na Europa", e as condições de pobreza, mas também de conflito ou catástrofes naturais são determinantes para que situações dessas aconteçam.
Se há benefícios no mundo que se abre com a internet, ela pode também trazer perigos para as crianças que a utilizam. Nomeadamente, levar ao ciberbullying ou à colocação indevida de informações pessoais on line.
As redes digitais, sublinha o relatório, são facilitadoras das piores formas de exploração e abuso, incluindo o tráfico e o abuso sexual infantil.
Por esse motivo, o relatório desafia os estados mas também as empresas a tomar medidas "que garantam a confidencialidade da criança, e que os dados são protegidos contra utilizações indevidas".
Dos Estados espera-se que invistam na educação para a literacia digital, para que as crianças aprendam a pesquisar, adquiram conhecimentos técnicos e a gerir a informação online, percebendo se ela é verdadeira ou falsa.
Neste relatório o diretor executivo da UNICEF, Anthony Lake, sublinha que a internet foi projetada para adultos mas afeta cada vez mais as vidas e o futuro das crianças.
Combater a miséria ao murro e a pontapé
Vasco Samouco, Jornal de Notícias
Francis Ngannou deixou os Camarões para fugir à pobreza, viveu na rua e agora vai lutar pelo título mundial de artes marciais.
Francis Ngannou podia perfeitamente ser só mais um entre as largas centenas de refugiados que, a um ritmo desolador, se despedem da vida entre os gritos desesperados de quem prefere a morte a uma existência destinada à miséria, material e moral. Mas teve sorte. O seu plano de fuga dos Camarões não ficou, para sempre, esquecido nas profundezas marítimas: cinco anos depois, está no topo do Mundo e vive desafogadamente.
Se pensarmos que Francis Ngannou só começou a praticar MMA (Artes Marciais Mistas) em 2013 e que hoje é achado como o favorito a conquistar o título mundial da modalidade, dissipam-se as dúvidas de que estamos perante um prodígio para a luta. O que não pode espantar muito, tendo em conta que este franco-camaronês, de 31 anos, dedicou praticamente toda a vida a isso. Primeiro contra a indigência absoluta, depois para erguer a carreira que já está nos píncaros à custa de feitos, uns atrás dos outros, nos ringues.
Logo que nasceu, em Batié, Francis tinha prometida uma existência remetida à pobreza. Afinal, tinha vindo ao Mundo num país onde o cidadão médio (sobre)vive com mil euros por ano e onde a educação até aos 12 anos era privilégio da elite. Começou a trabalhar quando devia estar a completar o ensino primário, fez tudo e mais alguma coisa, resistiu aos apelos do crime e aos 22 anos iniciou-se no boxe, o sonho que o movia.
E foi na procura dessa luz ao fundo do túnel que Ngannou gastou os últimos cartuchos contra o destino. Fez-se ao mar, amansou-lhe a fúria, tornou-se refugiado na Europa, até que chegou a Paris. Com ele, só a roupa que o agasalhava e uns trocos quase insignificantes. O céu foi, demasiadas vezes, o teto que o abrigava e só quando encontrou um ginásio para se revoltar com a vida e alimentar o sonho é que passou a ter algo a que chamar casa. Mas a bondade de Fernand Lopez também lhe disse que, se queria ganhar dinheiro, Francis devia apostar em MMA em vez do boxe...
O resto está resumido nas estatísticas. Em 12 combates, ganhou 11, sete por KO, o último deles no primeiro assalto. É dele também o murro mais poderoso do circuito UFC e tudo aponta para que se torne campeão mundial em 2018. Há lutas que valem a pena
Francis Ngannou deixou os Camarões para fugir à pobreza, viveu na rua e agora vai lutar pelo título mundial de artes marciais.
Francis Ngannou podia perfeitamente ser só mais um entre as largas centenas de refugiados que, a um ritmo desolador, se despedem da vida entre os gritos desesperados de quem prefere a morte a uma existência destinada à miséria, material e moral. Mas teve sorte. O seu plano de fuga dos Camarões não ficou, para sempre, esquecido nas profundezas marítimas: cinco anos depois, está no topo do Mundo e vive desafogadamente.
Se pensarmos que Francis Ngannou só começou a praticar MMA (Artes Marciais Mistas) em 2013 e que hoje é achado como o favorito a conquistar o título mundial da modalidade, dissipam-se as dúvidas de que estamos perante um prodígio para a luta. O que não pode espantar muito, tendo em conta que este franco-camaronês, de 31 anos, dedicou praticamente toda a vida a isso. Primeiro contra a indigência absoluta, depois para erguer a carreira que já está nos píncaros à custa de feitos, uns atrás dos outros, nos ringues.
Logo que nasceu, em Batié, Francis tinha prometida uma existência remetida à pobreza. Afinal, tinha vindo ao Mundo num país onde o cidadão médio (sobre)vive com mil euros por ano e onde a educação até aos 12 anos era privilégio da elite. Começou a trabalhar quando devia estar a completar o ensino primário, fez tudo e mais alguma coisa, resistiu aos apelos do crime e aos 22 anos iniciou-se no boxe, o sonho que o movia.
E foi na procura dessa luz ao fundo do túnel que Ngannou gastou os últimos cartuchos contra o destino. Fez-se ao mar, amansou-lhe a fúria, tornou-se refugiado na Europa, até que chegou a Paris. Com ele, só a roupa que o agasalhava e uns trocos quase insignificantes. O céu foi, demasiadas vezes, o teto que o abrigava e só quando encontrou um ginásio para se revoltar com a vida e alimentar o sonho é que passou a ter algo a que chamar casa. Mas a bondade de Fernand Lopez também lhe disse que, se queria ganhar dinheiro, Francis devia apostar em MMA em vez do boxe...
O resto está resumido nas estatísticas. Em 12 combates, ganhou 11, sete por KO, o último deles no primeiro assalto. É dele também o murro mais poderoso do circuito UFC e tudo aponta para que se torne campeão mundial em 2018. Há lutas que valem a pena
Estratégia contra a pobreza é "oportunidade histórica" - Governo dos Açores
in Diário Notícias
O Governo dos Açores apresentou hoje o que pretende ser uma estratégia regional de combate à pobreza e exclusão até 2028, num plano que, advoga Vasco Cordeiro, é uma "oportunidade histórica" para a região "não deixar ninguém para trás".
"Desejo que este processo de auscultação e desafio possa alcançar um objetivo muito simples: que esta deixe de ser uma estratégia do Governo para ser a estratégia da Região", sustentou o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, na apresentação pública da proposta de "Estratégia regional e combate à pobreza e exclusão social 2018-2028".
A proposta, assinalou o governante, representa uma "oportunidade histórica" de pegar num "assunto verdadeiramente estrutural para o futuro dos Açores" e "não deixar ninguém para trás".
"Com a consolidação dos sinais de crescimento económico e a diminuição acentuadíssima do desemprego, este é o momento de não deixar ninguém para trás", prosseguiu Vasco Cordeiro, falando na Escola Básica Integrada Roberto Ivens, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel.
A estratégia hoje apresentada, e que segue para consulta pública onde se espera "o contributo de todos", não pretende ser, insistiu o presidente do executivo açoriano, "uma compilação de apoios sociais, um somatório de medidas", antes integrando o "objetivo amplo e ambicioso" de abarcar toda a região, concelhos, freguesias e associações.
"Isto não é um 'sprint', é uma maratona. Esta é uma aposta de longo prazo", declarou também Vasco Cordeiro.
A estratégia hoje apresentada, e com vários elementos do executivo açoriano na audiência, além de autarcas locais, divide-se em quatro prioridades estratégicas: assegurar um "processo de desenvolvimento integral e inclusivo" às crianças e jovens; reforçar a coesão social na região; promover uma intervenção territorializada; e garantir o conhecimento adequado sobre o fenómeno da pobreza na região.
A proposta hoje apresentada lembra que a pobreza, "em toda a sua multidimensionalidade, persiste como um problema estrutural" dos Açores, condicionando o desenvolvimento da Região.
Uma "ação concertada" entre políticos e sociedade civil é pedida no documento, estando assegurados planos de ação bianuais, com o primeiro a vigorar no biénio 2018-2019.
"Destes planos constará um conjunto de medidas, ações, metas a atingir e respetivos concursos a afetar", é referido.
O Governo dos Açores apresentou hoje o que pretende ser uma estratégia regional de combate à pobreza e exclusão até 2028, num plano que, advoga Vasco Cordeiro, é uma "oportunidade histórica" para a região "não deixar ninguém para trás".
"Desejo que este processo de auscultação e desafio possa alcançar um objetivo muito simples: que esta deixe de ser uma estratégia do Governo para ser a estratégia da Região", sustentou o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, na apresentação pública da proposta de "Estratégia regional e combate à pobreza e exclusão social 2018-2028".
A proposta, assinalou o governante, representa uma "oportunidade histórica" de pegar num "assunto verdadeiramente estrutural para o futuro dos Açores" e "não deixar ninguém para trás".
"Com a consolidação dos sinais de crescimento económico e a diminuição acentuadíssima do desemprego, este é o momento de não deixar ninguém para trás", prosseguiu Vasco Cordeiro, falando na Escola Básica Integrada Roberto Ivens, em Ponta Delgada, ilha de São Miguel.
A estratégia hoje apresentada, e que segue para consulta pública onde se espera "o contributo de todos", não pretende ser, insistiu o presidente do executivo açoriano, "uma compilação de apoios sociais, um somatório de medidas", antes integrando o "objetivo amplo e ambicioso" de abarcar toda a região, concelhos, freguesias e associações.
"Isto não é um 'sprint', é uma maratona. Esta é uma aposta de longo prazo", declarou também Vasco Cordeiro.
A estratégia hoje apresentada, e com vários elementos do executivo açoriano na audiência, além de autarcas locais, divide-se em quatro prioridades estratégicas: assegurar um "processo de desenvolvimento integral e inclusivo" às crianças e jovens; reforçar a coesão social na região; promover uma intervenção territorializada; e garantir o conhecimento adequado sobre o fenómeno da pobreza na região.
A proposta hoje apresentada lembra que a pobreza, "em toda a sua multidimensionalidade, persiste como um problema estrutural" dos Açores, condicionando o desenvolvimento da Região.
Uma "ação concertada" entre políticos e sociedade civil é pedida no documento, estando assegurados planos de ação bianuais, com o primeiro a vigorar no biénio 2018-2019.
"Destes planos constará um conjunto de medidas, ações, metas a atingir e respetivos concursos a afetar", é referido.
Marcelo recebe pessoas em situação de pobreza em Belém
in Correio da Manhã
Presidente da República ouviu Rede Europeia Anti-Pobreza e conheceu casos de pobres.
O chefe de Estado recebeu esta segunda-feira o presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza e dezenas de pobres, que sublinharam o empenhamento de Marcelo Rebelo de Sousa pela justiça e equidade.
O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza, padre Jardim Moreira, disse aos jornalistas que, na audiência no Palácio de Belém, pretenderam "sensibilizar para o que já está claro, assumido, pela parte do senhor Presidente: a preocupação por todos os portugueses, pelo desenvolvimento da sua dignidade, por justiça e equidade para todos".
"Viemos dizer ao senhor Presidente que é necessário que Portugal tenha cidadãos de uma só categoria, todos de categoria primeira, e não de primeira e de segunda, e quisemos que fossem os próprios pobres, pessoas em situação de pobreza, a expressar as suas situações vivenciais de injustiça ou exclusão", explicou.
Jaime Filipe foi uma das pessoas em situação de pobreza que contou a sua história a Marcelo Rebelo de Sousa.
Depois de perder a casa num incêndio, Jaime Filipe ficou "como um 'zombie'", entregando-se ao alcool, e encontrou no núcleo de Setúbal da Rede Anti-Pobreza, o "interesse desinteressado" pela sua situação, que o animou a tentar "levantar-se".
Embora ainda viva numa "situação muito difícil", numa casa sem água nem luz, Jaime Filipe sente-se atualmente melhor e animado também para ajudar outros, sublinhando que a Rede Anti-Pobreza lhe deu "uma conceção" para "ultrapassar os vícios e o precipício em que estava deitado".
"A questão económica, a EPN [sigla em inglês] luta contra isso, mas isso depende do Estado, de muitas situações", frisou, sublinhando as palavras de empenhamento que ouviu de Marcelo Rebelo de Sousa.
Presidente da República ouviu Rede Europeia Anti-Pobreza e conheceu casos de pobres.
O chefe de Estado recebeu esta segunda-feira o presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza e dezenas de pobres, que sublinharam o empenhamento de Marcelo Rebelo de Sousa pela justiça e equidade.
O presidente da Rede Europeia Anti-Pobreza, padre Jardim Moreira, disse aos jornalistas que, na audiência no Palácio de Belém, pretenderam "sensibilizar para o que já está claro, assumido, pela parte do senhor Presidente: a preocupação por todos os portugueses, pelo desenvolvimento da sua dignidade, por justiça e equidade para todos".
"Viemos dizer ao senhor Presidente que é necessário que Portugal tenha cidadãos de uma só categoria, todos de categoria primeira, e não de primeira e de segunda, e quisemos que fossem os próprios pobres, pessoas em situação de pobreza, a expressar as suas situações vivenciais de injustiça ou exclusão", explicou.
Jaime Filipe foi uma das pessoas em situação de pobreza que contou a sua história a Marcelo Rebelo de Sousa.
Depois de perder a casa num incêndio, Jaime Filipe ficou "como um 'zombie'", entregando-se ao alcool, e encontrou no núcleo de Setúbal da Rede Anti-Pobreza, o "interesse desinteressado" pela sua situação, que o animou a tentar "levantar-se".
Embora ainda viva numa "situação muito difícil", numa casa sem água nem luz, Jaime Filipe sente-se atualmente melhor e animado também para ajudar outros, sublinhando que a Rede Anti-Pobreza lhe deu "uma conceção" para "ultrapassar os vícios e o precipício em que estava deitado".
"A questão económica, a EPN [sigla em inglês] luta contra isso, mas isso depende do Estado, de muitas situações", frisou, sublinhando as palavras de empenhamento que ouviu de Marcelo Rebelo de Sousa.
Re-Food Coimbra celebra dois anos de atividade com vontade de crescer
por Notícias de Coimbra
Refood Coimbra celebra dois O núcleo de Coimbra da Re-Food, que celebra dois anos de atividade e assume vontade de crescer, anunciou hoje que necessita de um centro de operações e de mais voluntários para alargar a sua ação.
A organização sem fins lucrativos Re-Food, que combate os desperdícios alimentares, instalou-se em Coimbra no final de 2015 e, segundo os seus responsáveis, “desde então tem combatido o desperdício alimentar distribuindo excedentes por uma rede com cerca de 120 beneficiários”.
Até ao momento, a instituição distribuiu “mais de 4.000 pães e 3.500 bolos”, pois tem atuado essencialmente através da campanha “Pão e bolos”.
No entanto, segundo os gestores do Núcleo da Re-food Coimbra, “para estender o tipo de aproveitamento de excedentes é necessário encontrar instalações para um centro de operações e alargar o corpo de voluntários”.
O projeto funciona de forma regular e os seus parceiros são vários estabelecimentos da cidade relacionados com a restauração, que entregam excedentes alimentares para serem distribuídos diretamente por uma rede de beneficiários constituída por instituições de solidariedade social.
“Até ao momento, este projeto tem envolvido 14 fontes de alimentos e cerca de 120 beneficiários. Durante 2016, resgataram-se 1.590 pães e 1.278 bolos, em 2017 foram já distribuídos 2.673 pães e 2.391 bolos”, é referido numa nota hoje enviada à agência Lusa.
O projeto “Pão e bolos” tem sido “secundado por recolhas extraordinárias de alimentos excedentes, que tantas vezes surgem após jantares, festas ou cerimónias pontuais”, refere a fonte.
Segundo a Re-Food, todo o trabalho desenvolvido em Coimbra é realizado por voluntários “com sentido de cidadania, motivação e vontade de dedicar duas horas semanais ao combate ao desperdício alimentar”.
“O sucesso desta missão depende destas pessoas e, portanto, o convite à comunidade para integrar este projeto em regime de voluntariado mantém-se”, salientam os responsáveis.
No entanto, para alargar o leque de ação e conseguir que o aproveitamento de excedentes chegue a um maior número de pessoas, a Re-Food Coimbra lembra que tem procurado um espaço que possa servir como centro de operações.
“À semelhança do que já acontece noutros núcleos da Re-Food, este espaço permitirá a logística para tratar e manipular mais excedentes e, desta forma, uma redistribuição mais abrangente pelos beneficiários”, explica na nota.
A instituição procura um espaço – “no coração de Coimbra, próximo dos voluntários e dos parceiros, mas sobretudo próximo dos beneficiários” – que tenha cerca de 100 metros quadrados de área, facilidade de acesso e que permita o funcionamento de máquinas industriais para a preparação, acondicionamento e armazenamento das refeições.
A Re-Food é uma organização sem fins lucrativos, criada por Hunter Halder, em 2011, com o objetivo de reaproveitar excedentes alimentares e ajudar a alimentar quem mais precisa.
Refood Coimbra celebra dois O núcleo de Coimbra da Re-Food, que celebra dois anos de atividade e assume vontade de crescer, anunciou hoje que necessita de um centro de operações e de mais voluntários para alargar a sua ação.
A organização sem fins lucrativos Re-Food, que combate os desperdícios alimentares, instalou-se em Coimbra no final de 2015 e, segundo os seus responsáveis, “desde então tem combatido o desperdício alimentar distribuindo excedentes por uma rede com cerca de 120 beneficiários”.
Até ao momento, a instituição distribuiu “mais de 4.000 pães e 3.500 bolos”, pois tem atuado essencialmente através da campanha “Pão e bolos”.
No entanto, segundo os gestores do Núcleo da Re-food Coimbra, “para estender o tipo de aproveitamento de excedentes é necessário encontrar instalações para um centro de operações e alargar o corpo de voluntários”.
O projeto funciona de forma regular e os seus parceiros são vários estabelecimentos da cidade relacionados com a restauração, que entregam excedentes alimentares para serem distribuídos diretamente por uma rede de beneficiários constituída por instituições de solidariedade social.
“Até ao momento, este projeto tem envolvido 14 fontes de alimentos e cerca de 120 beneficiários. Durante 2016, resgataram-se 1.590 pães e 1.278 bolos, em 2017 foram já distribuídos 2.673 pães e 2.391 bolos”, é referido numa nota hoje enviada à agência Lusa.
O projeto “Pão e bolos” tem sido “secundado por recolhas extraordinárias de alimentos excedentes, que tantas vezes surgem após jantares, festas ou cerimónias pontuais”, refere a fonte.
Segundo a Re-Food, todo o trabalho desenvolvido em Coimbra é realizado por voluntários “com sentido de cidadania, motivação e vontade de dedicar duas horas semanais ao combate ao desperdício alimentar”.
“O sucesso desta missão depende destas pessoas e, portanto, o convite à comunidade para integrar este projeto em regime de voluntariado mantém-se”, salientam os responsáveis.
No entanto, para alargar o leque de ação e conseguir que o aproveitamento de excedentes chegue a um maior número de pessoas, a Re-Food Coimbra lembra que tem procurado um espaço que possa servir como centro de operações.
“À semelhança do que já acontece noutros núcleos da Re-Food, este espaço permitirá a logística para tratar e manipular mais excedentes e, desta forma, uma redistribuição mais abrangente pelos beneficiários”, explica na nota.
A instituição procura um espaço – “no coração de Coimbra, próximo dos voluntários e dos parceiros, mas sobretudo próximo dos beneficiários” – que tenha cerca de 100 metros quadrados de área, facilidade de acesso e que permita o funcionamento de máquinas industriais para a preparação, acondicionamento e armazenamento das refeições.
A Re-Food é uma organização sem fins lucrativos, criada por Hunter Halder, em 2011, com o objetivo de reaproveitar excedentes alimentares e ajudar a alimentar quem mais precisa.
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