4.8.16

ONU cobra que comunidade internacional reconheça Holocausto dos ciganos pelos nazistas

in ONU

Ciganos também foram vítimas de detenção arbitrária, trabalho forçado e execuções em massa durante o nazismo. Especialistas da ONU alertaram que desumanização e estigmatização contra essas populações persistem até hoje sob outras formas e pediram mais proteção e garantia do direito à memória para sobreviventes e descendentes.

Na última terça-feira (2) – data que marcou o 72º aniversário do Holocausto dos ciganos, também chamado Pharrajimos, no regime nazista –, especialistas das Nações Unidas pediram à comunidade internacional que reconheça o direito à memória dessa população, ainda marginalizada atualmente.

“Sob o jugo dos nazistas, ciganos foram submetidos a detenção arbitrária, trabalho forçado e execuções em massa”, lembraram a relatora especial da ONU sobre questões de minorias, Rita Izsák-Ndiaye, e o conselheiro especial do secretário-geral para a prevenção de genocídio, Adama Dieng.

“Infelizmente, o ódio, o medo, a desumanização e a estigmatização dos ciganos ainda existem hoje sob outras formas. Ficamos tristes em ver que a violência direcionada contra indivíduos e comunidades ciganas e o preconceito perduram em muitas partes do mundo”, lamentaram.

Os especialistas alertaram que “muito ainda precisa ser feito para estabelecer o direito e a possibilidade de os ciganos lembrarem e rememorarem a data com dignidade”. A relatora e o conselheiro pediram aos Estados-membros que identifiquem e preservem os túmulos e locais de despojo em massa dos corpos das vítimas, permitindo aos sobreviventes o direito à memória e ao luto.

Diante da atual onda de extremismo político e social, a relatora e o conselheiro solicitaram aos Estados-membros que adotem legislações para combater crimes de ódio.

Articular entidades a nível nacional, regional e local também foi considerado fundamental por Izsák-Ndiaye e Dieng para prevenir e erradicar violações dos direitos humanos dos ciganos.

Políticas de integração que envolvam a criação de instituições específicas e a reserva de orçamento para a proteção de ciganos foram outras das recomendações dos dois especialistas, que pediram ainda que as nações onde o Pharrajimos ocorreu tornem o dia 2 de agosto a data oficial para a memória das vítimas.