in RR
Portugal é um dos países da Europa Ocidental com menor taxa de acolhimento familiar de crianças e jovens em risco.
A presidente executiva do Instituto de Apoio à Criança (IAC), Dulce Rocha, considera que a desconfiança com que são tratados os pais adoptivos pode ter funcionado como um travão ao acolhimento.
“O acolhimento familiar em Portugal é dos mais baixos porque se tratam as pessoas com desconfiança e se quis estatizar a situação das crianças em Portugal. O que é certo é que nos outros países se tem conseguido, e que as nossas famílias têm demonstrado muita solidariedade”, afirma a responsável do IAC, em entrevista à Renascença.
Dulce Rocha aponta como essencial promover o acolhimento familiar, sendo certo que algumas crianças dificilmente serão adoptadas.
“É muito importante fazermos campanhas para acolhimento familiar porque não podemos ter ilusões: as crianças que estão acolhidas nem sempre têm condições para ser adoptadas: algumas já estão muito crescidas, outras mantêm algum contacto com a família ou que se prevê que ainda possam ter”, lembra.
“Temos de ter consciência de que nem todas as crianças podem ser adoptadas. Se se insistir podemos estar a cometer um erro e a ser injustos para com pais que não têm condições para ficar com a guarda das crianças mas que têm com elas uma relação afectiva”, acrescenta Dulce Rocha.
Portugal é um dos países da Europa Ocidental com menor taxa de acolhimento familiar de crianças e jovens em risco.
No dia em que passam 25 anos da Convenção dos Direitos das Crianças, a segurança social conta mais de 8.400 as crianças institucionalizadas em Portugal, de acordo com os dados do Relatório CASA, relativos a 2013.
Em Outubro, o ministro Mota Soares prometeu uma nova legislação para reduzir a um ano o tempo dos processos de adopção. Para o efeito, está prevista uma compilação legislativa numa só lei.