30.11.15

Conheça (algumas) consequências das alterações climáticas

Nuno Guedes, in TSF

Cidades debaixo de água, fome e doenças são cenários para o futuro. Mas no passado as catástrofes naturais, cada vez mais comuns, já mataram 600 mil pessoas nos últimos 20 anos.

As Nações Unidas e o Banco Mundial têm alertado para as consequências das alterações climáticas que já afetam o planeta e que se podem agravar nos próximos anos.

O jornalista Nuno Guedes lembra alguma das consequências das alterações climáticas

Apesar de várias cimeiras no passado, a Organização Meteorológica Mundial concluiu que 2014 teve um novo recorde de concentração de gases com efeito de estufa. Estes valores são, aliás, ultrapassados quase todos os anos, numa altura em que vários especialistas dizem que o gelo do Ártico está a derreter a uma velocidade nunca vista.

A água que descongela no polo Norte é uma das principais razões que levou investigadores do instituto norte-americano Climate Central a dizerem, recentemente, que grandes cidades como Hong Kong, Calcutá, Jacarta, Xangai, Bombaim, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Nova Iorque ou Tóquio estão ameaçadas pela subida do nível do mar.


30 mil mortos por ano

O futuro pode ser pior, mas cálculos divulgados pela ONU na semana passada revelam que nos últimos 20 anos as catástrofes naturais, cada vez mais frequentes, mataram 600 mil pessoas, numa média de 30 mil por ano.

Além dos mortos, as Nações Unidas contam, em duas décadas, mais de 4 mil milhões de feridos, desalojados ou pessoas a precisar de ajuda de emergência. E os países pobres são, de longe, os mais afetados.

Razões que levam a ONU a sublinhar a importância de ter um acordo na conferência do clima que começa esta segunda-feira em Paris.

Não é, contudo, apenas no capítulo "mortos e feridos" que as alterações climáticas têm impacto. O Banco Mundial fez contas e concluiu que também podem aumentar a pobreza extrema que se arrisca a atingir mais 100 milhões de pessoas.

Na pobreza, África e Ásia do Sul serão as zonas mais afectadas pelas mudanças no clima, nomeadamente pela via do aumento dos preços dos alimentos que representa, em média, 60% das despesas das famílias destas regiões. E com a fome crescem, naturalmente, uma série de doenças relacionadas, por exemplo, com diarreias ou paludismo.