Teresa Oliveira, in "Correio da Manhã"
Cáritas diz que culpa é do trabalho precário e de pouco apoio.
A austeridade agravou a pobreza e a exclusão social em Portugal, conclui o Relatório Cáritas Cares 2015, que defende políticas que assegurem às pessoas em situação de pobreza um rendimento que lhes permita pagar despesas básicas como água, luz, alimentos. O relatório indica que o trabalho precário é a maior preocupação do País, que o risco de pobreza cresceu na classe média e que é maior para idosos e famílias com crianças.
Entre 2009 e 2012, mais de 500 mil crianças perderam o abono de família. O documento foi apresentado ontem por Jorge Nuño Mayer, secretário-geral da Cáritas Europa, que ao CM disse ser urgente o País direcionar "verbas para medidas sociais nos seus programas de austeridade". O relatório refere a necessidade de mudar os critérios de atribuição dos rendimentos de inserção e de complemento solidário para idosos, para combater a pobreza. De acordo com o INE, em 2013 o risco de pobreza atingia mais de dois milhões de portugueses. Eugénio Fonseca, presidente da organização católica Cáritas Portuguesa, disse ao CM ter levado o relatório ao ministro da Solidariedade, Vieira da Silva.