Ana Margarida Pinheiro, in "Dinheiro Vivo"
Desemprego registado aumenta há sete meses. Mulheres com ensino secundário representam maior fatia dos sem trabalho
O número de desempregados registados nos centros de emprego está a aumentar há já sete meses consecutivos. Embora o Instituto Nacional de Estatística dê conta de uma redução do universo de desempregados em Portugal, a verdade é que desde julho do ano passado o IEFP está a ser mais procurado por portugueses sem trabalho. Em fevereiro deste ano, o instituto de emprego e formação profissional registou quase 756 mil pessoas sem emprego. O aumento de 1% face ao mês de janeiro esconde mais 5600 portugueses em situação de desemprego. O bolo toma maiores proporções quando comparado com julho do ano passado, o mês que marcou uma inversão na tendência de descida e, desde essa altura, contam-se mais 43 301 pessoas registadas como desempregadas.
“Desde o verão do ano passado que há um sentimento de incerteza quanto ao desenvolvimento da economia”, lembra ao DN/ Dinheiro Vivo João Vieira Lopes. O presidente da Confederação do Comércio e Serviços (CCP) diz, por isso, que as empresas podem ter adiado as suas intenções de contratação o que acaba por ter um impacto ao nível do número de empregos disponíveis. Apesar de os meses do verão e de o final do ano trazer sempre algum movimento para o mercado de trabalho – empregos sazonais e de curta duração -, Vieira Lopes assume que, no geral, desde meados do ano passado que não se assistem “a grandes movimentos de contratação por parte das grandes empresas” a operar em Portugal. “O próprio Estado e as autarquias também estão a reduzir o número de trabalhadores”, considera, acrescentando que setores como a banca estão a diminuir consecutivamente o número de funcionários “pelo que algum incremento das pequenas e micro empresas não chega” para provocar alterações significativas no número de desempregados. ; Ainda que a tendência se tenha alterado nos últimos meses, as estatísticas de fevereiro do IEFP mostram que as características dos desempregados que chegam aos centros de emprego se mantêm relativamente inalteradas durante os últimos anos: a absover uma maior fatia do desemprego estão pessoas registadas há mais de ano, e que já são considerados desempregados de longa duração; também as mulheres continuam a ser as grandes afectadas pela falta de trabalho e, se a divisão tiver em conta as qualificações profissionais, o bolo dos que têm o ensino secundário são os que mais desempregados reúne. Os portugueses com qualificações muito baixas (primeiro ciclo de escolaridade) também têm um peso significativo neste universo. Embora o número de desempregados registados esteja em níveis de março de 2015, o número de pedidos de emprego não tem relação direta com estes números, uma vez que podem acorrer ao IEFP tanto desempregados, como empregados, ocupados ou indisponíveis. Em fevereiro deste ano, o IEFP registou 765 mil pedidos, um número ligeiramente inferior ao do mês de janeiro (cadeia) e de feverereiro de 2015. ; Também em fevereiro de 2015 havia menos registados nos centros de emprego. Ou seja, apesar do aumento mensal consecutivo de há já sete meses, havia no passado mês de fevereiro, menos 28 315 desempregados registados do que em fevereiro do ano passado. - Veja mais em: http://www.dinheirovivo.pt/economia/iefp-com-mais-43-mil-desempregados-desde-julho/#sthash.ctt5AOgL.dpuf