22.3.16

Janeiro. Valor do subsídio de desemprego é o mais baixo da última década

JOÃO D’ESPINEY, in "Jornal I"

Montante médio pago em janeiro deste ano foi de 447,39 euros. Para encontrar um valor mais baixo é preciso recuar até maio de 2006

O valor médio do subsídio de desemprego em janeiro deste ano é o mais baixo da última década.

De acordo com a análise do i aos dados do Instituto da Segurança Social (ISS), o valor médio desta prestação social foi de 447,39 euros em janeiro. Para encontrar um montante mais baixo é preciso recuar até maio de 2006, mês em que o valor médio foi de 444,97 euros.

O valor mais baixo de sempre desde que a Segurança Social começou a divulgar dados mensais sobre as prestações sociais foi em janeiro de 2005, período em que o valor médio se situou nos 403,21 euros. A título de curiosidade, refira-se que o valor médio mais elevado ocorreu em maio de 2013, mês em que foi de 510,22 euros. O segundo valor mais alto foi em outubro de 2011 (509,65 euros).

O valor de janeiro deste ano representa uma quebra de 3,3 euros em relação a dezembro e uma diminuição de cinco euros em relação a janeiro de 2015.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que, no primeiro mês do ano, existiam 619,5 mil pessoas em situação de desemprego, o que traduz uma quebra mensal de 1,1 mil e menos 83,6 mil em termos homólogos.

Os números do ISS revelam ainda que havia 260,9 mil desempregados a receber esta prestação social em janeiro, o que representa um acréscimo de 1646 pessoas face ao mês anterior. Em termos homólogos, no entanto, significa menos 51,3 mil pessoas. Se compararmos com o fim de 2011, já com o governo do PSD/CDS em funções e a troika em Portugal, o número de desempregados a receber subsídio era de 316,1 mil, ou seja, mais 55,1 mil do que em janeiro deste ano. Convém referir ainda que mais de metade dos desempregados não recebe subsídio.

Para este ano, o governo orçamentou 1608,3 milhões de euros para pagar subsídios de desemprego, menos 152 milhões do que em 2015. Em termos de taxa, a previsão aponta para 11,3%, menos dois pontos percentuais do que em 2015.

O i concluiu ainda que, entre o final de 2011 e o valor estimado para 2016, as despesas com o subsídio de desemprego baixaram em quase 500 milhões de euros (-23,5%).

Este corte resultou das medidas aprovadas ainda na parte final do governo de José Sócrates e acentuadas a seguir pelo governo de Passos Coelho e Paulo Portas.

A principal medida que contribuiu para esta situação foi a redução do montante e da duração máxima do subsídio de desemprego.