Agostinho Dias, in "Reconquista"
O último relatório da Comissão Europeia sobre Portugal, refere que os níveis de pobreza e desigualdade estão a aumentar no nosso país. Diz mesmo que a disparidade entre os 20% que ganham mais, e os 20% que ganham menos, se situada nos 34,5% contra a média de 30,9% da União Europeia. A causa disto, segundo o mesmo relatório está no desemprego, 12,2% da população, nas baixas prestações sociais do subsídio de desemprego, reformas, rendimento mínimo e abono de família, e nos baixos salários. Tudo isto faz com que “os indicadores de pobreza e exclusão social de deteriorem desde o início da crise”.
Na verdade, cerca de 800 mil trabalhadores têm um ordenado inferior a 600 euros por mês; apenas 23.600 trabalhadores têm um salário mensal superior ou igual a 3750 euros; 20% dos trabalhadores por conta de outrem recebem salário mínimo.
Segundo a Forbes, Américo Amorim é o homem mais rico de Portugal, com uma fortuna acumulada de 2,5 mil milhões de euros. Para igualar esta fortuna seria preciso juntar durante três meses, o conjunto dos rendimentos de dois milhões de pobres que recebem 422 euros mensais; ou ainda menos. Em Portugal 21,4% dos trabalhadores recebem o salário mínimo nos homens, e 26,9% nas mulheres. O setor com mais trabalhadores a receber a remuneração mínima é do “alojamento, restauração e similares”, apesar do aumento do turismo.
Ao lado disto os milionários portugueses calculam-se em 51 mil, menos 25 mil do que em 2014, segundo as contas do Boletim da Riqueza Mundial elaborado pela Credit Suisse.
Como diz o Laudato Si “São cada vez mais numerosas as pessoas ………, privadas dos direitos humanos fundamentais… um apelo à solidariedade e uma opção preferencial pelos mãos pobres”.