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Estudo da Direção-Geral da Saúde conclui que fumar mata quase o dobro do que o álcool, o sal ou a falta de atividade física.
O estudo revela que o tabaco mata quase o dobro do que o álcool, o sal e a atividade física
"Entre os fatores de risco comportamental, fumar foi a primeira causa de morte em Portugal, em ambos os sexos". A conclusão está no estudo "Portugal - Prevenção e Controlo do Tabagismo em Números 2015" que foi esta terça-feira apresentado pela Direção-Geral de Saúde (DGS).
Institute for Health Metrics and Evaluation
Ao todo, segundo as contas apresentadas no documento e feitas por um instituto internacional (Institute for Health Metrics and Evaluation), 10,8% dos mortos em Portugal durante 2013 atribuem-se ao consumo de tabaco, sendo que o fumo passivo esteve na origem de 0,4% dos óbitos.
Destes mais de 12 mil mortos, cerca de 5.500 foram por cancro, 4.000 por doenças respiratórias e 3.000 por doenças do aparelho circulatório.
O relatório da DGS, feito pelo Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, acrescenta que se focarmos a análise na população com idades entre os 45 e os 64 anos, uma em cada cinco mortes é atribuível ao consumo de tabaco. E fumar também é um dos principais fatores a contribuir para os anos de vida que os portugueses vivem sem saúde.
Contudo, o documento tem algumas boas notícias. Por exemplo, a "mortalidade devida à exposição ao fumo ambiental do tabaco registou uma descida assinalável nos últimos anos" e há cada vez menos não-fumadores expostos ao fumo.
O país teve ainda uma quebra nos últimos 9 anos no consumo de tabaco que passou de 20,9% da população em 2005/2006 para 20% em 2014. Já os consumidores diários tiveram uma redução superior de quase 2 pontos percentuais para 16,8%. Do outro lado, os ex-fumadores subiram de 16,1% para 21,7%.
Portugal atualmente mais 10% de locais de consulta para apoio à cessação tabágica, além de um crescimento das consultas. Contudo, apenas 3,6% dizem ter recorrido a apoio médico ou tomado medicamentos para deixar de fumar, enquanto que 92% dos ex-fumadores não tiveram qualquer apoio.