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No Dia Mundial do Refugiado, o Alto-comissário para as Migrações lamenta casos como o Aquarius e lembra as obrigações dos estados que assinaram a Convenção de Genebra.
Vergonhoso e indigno. É desta forma que o Alto-comissário para as Migrações classifica casos como o do Aquarius, o navio que transportava mais de 600 migrantes resgatados no Mediterrâneo e que viu recusada a autorização para acostar em Itália.
Pedro Calado defende que situações como esta não podem ficar impunes.
"Aquilo que estamos a ver nalgumas latitudes e geografias da Europa, é algo que é vergonhoso e indigno. Num continente que se pauta pelos mais elevados padrões de Direitos Humanos, tem de ser finalizado como algo que não pode acontecer, que é repudiável e que tem de ter consequências", afirma.
Em entrevista à TSF, o Alto-comissário para as Migrações lembra que acolher refugiados não é uma opção - é uma obrigação.
"Se nós continuarmos a olhar para os navios Aquarius como um problema de uma comunidade local onde o barco vai atracar ou de um país em concreto e não percebemos que são desafios de toda a União Europeia, de todos os estados que se comprometeram com a Convenção de Genebra, receber refugiados não é uma opção, não é uma escolha do país: é uma obrigação ética, mas também moral e legal, que os países optaram por subscrever em 1951 e com a qual estão comprometidos", defende.
Na Europa começou a circular um esboço de um texto que tem o apoio do Conselho Europeu e que defende a criação de centros de refugiados fora da União Europeia. Pedro Calado pede coragem cívica para encontrar respostas coletivas ao problema dos refugiados.
"Mais do que o desenho da solução em concreto, que poderá ser mais ou menos feliz, o que temos de clarificar e fazer acontecer é uma resposta global a um problema que é de todos. Tudo o que possam ser soluções sustentáveis, que equilibrem pragmatismo com humanismo, só podemos saudar e achar que são soluções que precisamos. Respostas que continuem a ser dadas casuisticamente por países ou às vezes até só por comunidades locais não serão seguramente a solução que precisamos".