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Para desenvolver acções com vista ao tratamento igual para ambos os sexos, em relação a qualquer tipo de actividade, particularmente na esfera universitária, a Universidade Politécnica criou, recentemente, o Núcleo de Género, cujas políticas serão aprovadas nos Conselhos Universitários, a realizarem-se em Outubro próximo.
Trata-se de um núcleo que vai incidir as suas actividades sobre três pontos principais, nomeadamente as questões de género, o assédio e a protecção às minorias.
Para a directora das Bibliotecas da Universidade Politécnica, Sara Laísse, mais do que elaborar uma política sobre o género, a maior instituição privada de ensino superior, no País, pretende dar visibilidade à questão da equidade do género a vários níveis da universidade e fazê-la constar dos processos do acesso dos alunos à universidade, da selecção dos colaboradores e da atribuição de cargos de responsabilidade.
“Enquanto a política não é aprovada, nós pretendemos sair do papel e começar a desenvolver actividades que possam dar uma perspectiva sobre onde nós queremos chegar, que é garantir que se tenha em consideração a questão da equidade do género, o assédio e a protecção das minorias, nos processos universitários”, referiu Sara Laísse.
Com efeito, o núcleo já está a auscultar a sociedade, para se inteirar das acções desenvolvidas por outras organizações com o intuíto de acrescentar valor àquilo que tem sido realizado em relação à equidade de género, evitando repetições.
Neste sentido, o Núcleo de Género da Universidade Politécnica promoveu, na quarta-feira, 21 de Agosto, em Maputo, uma palestra subordinada ao tema “Mulher e Desenvolvimento: És Capaz de Transformar o Mundo?”. A palestra foi proferida por Sónia Catingue, da Academia 'Girl Move', uma organização que trabalha com jovens raparigas moçambicanas, cujo objectivo é contribuir para a criação de uma nova geração de mulheres, com potencial de liderança para transformar o mundo usando o seu talento.
“Isto funciona através de um modelo de mentoria racional, em que temos jovens licenciadas, denominadas girl movers, que dão apoio a um grupo de três universitárias, constituindo uma equipa que faz mentoria a um grupo de trinta adolescentes em fase de transição do ensino primário para o secundário, passando-lhes a mensagem da importância de continuar na escola”, explicou Sónia Catingue.
Trata-se, conforme realçou, de incutir nos menores, a importância da educação para o seu futuro, com vista a quebrar o ciclo de pobreza de algumas famílias de uma forma programada, para que tenham uma perspectiva de um mundo diferente, uma vez que são capazes de fazer mais do que elas acreditam.