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Três em cada quatro sem-abrigo em Portugal são homens e têm entre 40 e 59 anos, sendo que nove em cada 10 está desempregado, avançou a Assistência Médica Internacional (AMI) com base numa análise feita em 2010.
As estatísticas da AMI, que no ano passado apoiou 12.383 pessoas em situação de pobreza nas suas estruturas sociais, indicam que cerca de 7 por cento dos sem-abrigo são analfabetos, um terço só tem habilitações literárias até ao 1º. ciclo (quarta classe) e metade não vai além do 3º. ciclo (até 9º. Ano).
Quase três quartos não têm formação profissional e 90 por cento não exerce qualquer actividade profissional.
A maior parte (mais de 70 por cento) tem nacionalidade portuguesa, seguindo-se os naturais dos Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP), e os dos países de leste.
Segundo a AMI, entre os principais motivos para a situação de pobreza estão o desemprego, os problemas familiares e doenças físicas.
Embora o número de sem-abrigo «tradicionais» atendidos pela organização tenha diminuído no ano passado, a quantidade de mulheres nesta situação aumentou.
Entre as mais de 700 pessoas sem-abrigo que pediram assistência, 29 por cento eram mulheres, o que representa mais 4 por cento do que em relação ao ano passado.
A população sem-abrigo divide-se, de acordo com a Federação Europeia de Organizações Nacionais que Trabalham com Sem-Abrigo (FEANTSA), em quatro grandes grupos: sem-tecto (vivem na rua), sem casa (vivem em habitações temporárias), habitação precária (foram despejados) e habitação inadequada (estão em construções abarracadas).
Lusa/SOL