Por Andreia Sanches, in Público on-line
Muitas IPSS nascem nos anos 90...
Um inquérito a 1500 IPSS, entre as quais associações, misericórdias e conferências vicentinas, revela que a maioria das IPSS (75%) nasceu depois de 1970, com uma particular incidência no período posterior a 1990 (44,6 %). O estudo foi feito pelo Banco Alimentar Contra a Fome com o apoio da Universidade Católica Portuguesa e do Centro de Estudos de Serviço Social e Sociologia,
... 77% têm inspiração religiosa...
O mesmo inquérito divulgado no final do ano passado mostra que 77,1% das instituições da amostra (o universo total rondará as 4500) declara possuir uma inspiração religiosa (na esmagadora maioria dos casos, católica). As estruturas de natureza laica representam apenas 22,9% (332) da amostra.
... e são apoiadas pela Segurança Social
A maioria das instituições da amostra (72,9%) tem acordos com a Segurança Social, 73,3% têm acordo com um banco alimentar e 80,1% das instituições colaboram ou têm parcerias com outras entidades e/ou instituições locais.
Têm até dez voluntários
Cerca de metade das IPSS tem entre 11 e 50 funcionários e apenas 19% são médias e grandes organizações. Dois terços funcionam com um máximo de dez voluntários.
Predominam serviços a idosos...
A Carta Social, elaborada pelo Ministério da Solidariedade e Segurança Social, mostra que mais de oito em cada dez vagas em serviços para crianças e jovens são asseguradas pela rede solidária; seguem-se as entidades lucrativas (13 por cento) e as entidades públicas (4,3 por cento). No que diz respeito aos idosos, o peso da rede solidária é ainda maior (90 por cento). Estas são as duas áreas principais do terceiro sector. Mas as IPSS cobrem um leque vasto de necessidades. De acordo com o estudo da Católica - e olhando de novo apenas para a amostra de 1500 IPSS analisadas - 12% das instituições têm serviços de apoio à deficiência, 13,7% refeitórios sociais, 25% apoio a sem-abrigo e 97% prestam apoio alimentar.
Rede cresceu muito
A Carta Social de 2009 mostra que entre 1998 e esse ano houve um aumento de 77,6 por cento na capacidade instalada na rede de equipamentos e serviços sociais e uma subida de 71,8% no número de utentes. Entre 2008 e 2009 foram criados 22 mil lugares, em grande medida graças ao Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais lançado pelo Governo.