in Jornal de Notícias
O Movimento Democrático de Mulheres alertou, esta segunda-feira, que a legislação laboral portuguesa não protege as professoras e educadoras em idade fértil, que continuam com uma situação profissional insegura e precária.
Em comunicado, o MDM refere que muitas das mulheres nesta situação "ou estão desempregadas ou contratadas a título muito precário", sendo que muitas delas são sujeitas a "várias mudanças de escola" ao longo do ano.
"Não é possível nem digno de um Estado de direito democrático a penalização, pelo próprio Estado, de mulheres que trabalham e cujo projeto de vida contempla a maternidade", sublinha.
O MDM, que chama a atenção que a docência é uma atividade profissional com uma alta taxa de feminização, refere que "muitas professoras que tiveram uma gravidez de risco quando regressaram ao serviço encontraram a sua carreira congelada e cortes salariais".
"As professoras e educadoras são confrontadas, muitas vezes, com discriminações por serem mulheres. Os autores[directores de escolas] vão gozando de impunidade, porque elas temem perder o emprego ou serem objecto de retaliação na avaliação", acusa.
No entender do movimento, a legislação laboral não está a acautelar devidamente o direito da maternidade, ao não regular aspectos da profissão docente, nomeadamente a progressão na carreira e a graduação profissional para efeitos de concurso.
"Exigimos que seja reposta a justiça, quer reparando situações discriminatórias já ocorridas, quer introduzindo as alterações adequadas à legislação vigente, quer fiscalizando atitudes, comportamentos e práticas discriminatórias", defende o MDM.