Por Notícias Ao Minuto
Crescer num ambiente de carência pode influenciar o desenvolvimento do cérebro.
"A pobreza influencia o rendimento escolar". Esta é a conclusão de um estudo a que o El Pais teve acesso e em que se conclui que crescer num ambiente de carência pode influenciar o desenvolvimento do cérebro.
O trabalho mostra que as partes do cérebro responsáveis pelos processos essenciais para a aprendizagem são vulneráveis a circunstâncias de grande pobreza, como o stress, a escassa estimulação e a fraca nutrição. Estas questões, defendem, influenciam em 20% o baixo rendimento dos menores com poucos recursos.
As conclusões resultam de uma análise às ressonâncias magnéticas realizadas ao longo da infância de 400 crianças e em que se verificou que o cérebro destas se desenvolvia muito menos nos casos das crianças mais pobres. Esse desenvolvimento era mais evidente no lóbulo frontal, temporal e no hipocampo, considerada a principal sede da memória.
Estas conclusões devem, segundo os investigadores das universidades de Michigan, Duke e Wisconsin, levar à aplicação de mais políticas públicas para diminuir as desigualdades, havendo sempre a necessidade de lembrar os pais que, independentemente das suas posses, devem estimular os filhos para a educação.
Mas esta não é a primeira vez que a pobreza é associada às fracas capacidades cognitivas das crianças. Em 2013, uma investigação com o nome ‘Neurologia da Miséria’ (termo usado pelos investigadores) desvendou os principais impactos que uma infância pobre pode ter para uma criança. Segundo o estudo em questão, crescer num clima de miséria tem efeitos negativos no cérebro, sendo o hipocampo a zona mais afectada.