Pedro Maia, in Público
Dados provisórios do INE dão conta de quase 623 mil desempregados. Emprego continua a recuar.
A taxa de desemprego em Portugal caiu ligeiramente em Setembro para 12,2%, um valor inferior em 0,1 pontos percentuais face a Agosto. Os dados provisórios foram divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e apontam para a existência de 621,8 mil pessoas desempregadas, menos 6,8 mil do que em Agosto e um recuo de 59,4 mil em relação ao período homólogo.
O desemprego entre os jovens também diminuiu, embora de forma mais expressiva: passou de 31,6% em Agosto para 31,2% em Setembro, ou seja menos 0,4 pontos percentuais. Na comparação com o mês homólogo, a taxa de desemprego jovem recuou de 32,8% para 31,2%.
A população empregada continua a dar sinais de estar a encolher. Em Setembro, o INE estima que havia 4,477 milhões de pessoas a trabalhar, menos 5,9 mil do que em Agosto. "Este decréscimo da população empregada foi observado em todos os grupos analisados: homens (menos 0,2% ou 4,5 mil), adultos (menos 0,1%; ou 3,8 mil), jovens dos 15 aos 24 anos (menos 0,8% ou 2,1 mil) e mulheres (menos 0,1% ou 1,2 mil)", realça o instituto que é liderado por Alda Carvalho.
O recuo do emprego já se verificava em Agosto, uma tendência agora confirmada com a publicação das estatísticas definitivas. Nesse mês, a população empregada tinha menos 15,5 mil pessoas do que em Julho.
Já na comparação homóloga, havia em Setembro masi pessoas empregadas.
Estes dados são ajustados dos efeitos das actividades sazonais, mas o INE também divulgou a taxa de desemprego não ajustada de sazonalidade, que ficou nos 12,1%, tendo-se mantido inalterada em relação a Agosto e diminuiu 1,2 pontos percentuais face a Setembro de 2014. Já a população empregada perdeu 16,2 mil pessoas.
Os números agora divulgados para o mês de Setembro são provisórios, uma vez que são apurados com base em trimestres móveis, compostos por dois meses para os quais a recolha da informação do inquérito ao emprego já foi concluída e um mês para o qual o INE faz uma projecção, e estão sujeitos a revisões. Só em Novembro serão conhecidas as estatísticas definitivas.
O INE publicou os dados definitivos da taxa de desemprego em Agosto que, afinal, ficou nos 12,3%, em vez dos 12,4% estimados inicialmente. Esta revisão não alterou contudo a tendência de crescimento mensal de que os dados provisórios davam conta. O INE também reviu a taxa de desemprego de Julho (de 12,3% para 12,2%).
Conclusão de todas estas revisões: o desemprego afectava 12,3% da população activa em Agosto, mais 0,1 pontos percentuais do que em Julho.
Questionado pelo PÚBLICO sobre as razões que levaram à revisão dos dados de Julho, o INE explicou que, “no que se refere aos dados ajustados de sazonalidade, os valores da série completa podem ser sempre sujeitos a revisões, dada a existência de mais uma observação e a natureza dinâmica dos modelos de ajustamento sazonal”. Estas revisões, acrescenta o Instituto “são de pequena magnitude e tendem a centrar-se nos valores mais recentes”.