Pedro Trindade Sena, in "Linhas de Elvas"
O Cine-Teatro de Elvas acolheu na noite de domingo, 25 de Outubro, a iniciativa "Portugal Solidário", cujo objectivo visou gerar receitas de bilheteira que vão ser doadas na íntegra a duas associações portuguesas de apoio aos refugiados. Os elvenses conseguiram angariar 860 euros, verba da bilheteira que reverte para a Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) e para o Conselho Português para os Refugiados (CPR), cuja missão visa ajudar a integração dos refugiados no território nacional. A noite iniciou-se com a presença em palco da fadista Mísia, seguindo-se alunos e professores da Academia de Música de Elvas e, ainda, os contributos do contrabaixista Carlos Barreto e António Eustáquio no guitolão.
Na abertura do espectáculo musical e social, a irmã Maria de Fátima Magalhães sublinhou a importância deste evento que se realizou, a nível nacional e em simultâneo, em dez localidades de norte a sul do País e nos arquipélagos. "É necessário que cada um de nós abra disponibilizou a acolher uma família de quatro pessoas com o apoio da Câmara Municipal de Elvas. "A Autarquia cedeu gratuitamente uma habitação T2, que estava completamente vazia e até destruída e, por isso, estamos a organizar tudo para que a casa fique pronta para a chegada da família de refugiados", explicou, adiantando que "o recheio da casa" já foi conseguido com a ajuda "de muita gente anónima desta cidade que é solidária".
A irmã teresiana revelou que também a Associação Humanitária de Santa Eulália se dispôs a acolher uma família de quatro pessoas. o seu coração ao irmão refugiado. São simplesmente refugiados que vêm ter connosco, pedir apoio e fugir da morte", frisou. No seu discurso, Maria de Fátima Magalhães acrescentou ainda que a Congregação das Irmãs Teresianas se "Aqui a casa já está repleta, os refugiados podem vir amanhã e foi cedida por uma pessoa que vive em Lisboa e que, em tempos antigos, os seus familiares vieram da Alemanha também como refugiados", precisou.
Ao longo do espectáculo os artistas foram deixando mensagens sobre os refugiados sírios, tendo Luís Zagalo, da Academia de Música de Elvas, questionado como é que "em 40 mil anos da existência da nossa espécie ainda não há uma resposta de uma qualquer entidade ou organismo que trave de imediato realidades como a que se está a assistir na Síria"