in Sábado on-line
Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade diz que esta deve ser a última resposta
A secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade considerou esta quarta-feira que as casas-abrigo "não são depósitos de mulheres" e devem ser a "última resposta" de apoio às vítimas de violência doméstica, quando não há outra alternativa.
Catarina Marcelino reagia, no encerramento de um seminário, em Lisboa, à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), que defendeu hoje que o uso das casas-abrigo está a ser banalizado, servindo as casas como "uma espécie de depósito" de pessoas maltratadas.
"As casas-abrigo não são depósitos de mulheres, mas concordo que não podem ser a primeira resposta", afirmou, sublinhando que o recurso a este apoio só deve existir "quando não há outra solução".
Segundo a secretária de Estado, as casas-abrigo devem proteger as vítimas de violência doméstica, e não institucionalizá-las.
A titular da pasta para a Cidadania e Igualdade falava na sessão de encerramento do seminário "Práticas e reflexões para o futuro no acolhimento de vítimas de violência doméstica", promovido pela APAV, a propósito dos 10 anos da casa-abrigo ALCIPE.
Catarina Marcelino entende que a primeira resposta de apoio às vítimas de violência doméstica deve começar pelo afastamento do agressor, medida que pressupõe "a articulação entre as forças de segurança e o Ministério Público", e por envolver a comunidade.
"Precisamos de nos responsabilizarmos contra a violência", sustentou.
À Lusa, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade adiantou que o novo Plano Nacional Contra a Violência Doméstica, a encetar em 2018, irá contemplar uma estratégia de intervenção "mais aprofundada" com as crianças e os jovens enquanto vítimas diretas também da violência doméstica.
A APAV advogou hoje um plano de trabalho dirigido para as crianças e os jovens que acompanham as mães em casas-abrigo, para evitar que se tornem agressores no futuro.