in Jornal de Notícias
Os títulos dos transportes ficam esta segunda-feira mais caros, nalguns casos em mais de 20 por cento, uma medida contestada por comissões de utentes, sindicatos e partidos da oposição.
O Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos informou que irá realizar acções de protesto junto a terminais e estações de várias zonas.
A mudança nos tarifários ocorre depois de o Governo fixar em 15 por cento o aumento médio nos preços praticados para os títulos dos transportes rodoviários urbanos de Lisboa e Porto, para os transportes ferroviários até 50 quilómetros e para os transportes fluviais.
O executivo fixou em 2,7 por cento a percentagem máxima de aumento médio nos preços dos títulos de transportes colectivos rodoviários interurbanos de passageiros até 50 quilómetros.
Segundo a Associação Nacional de Transportadores Rodoviários Pesados de Passageiros, a maioria das empresas privadas deste tipo de serviço vai aplicar um aumento médio de 2,7 por cento.
Entre as empresas públicas, por exemplo, a CP -- Comboios de Portugal aumenta em mais de 25 por cento o preço do passe mais simples (zona 1) para os comboios da Linha de Sintra, que passa de 22,75 para 28,5 euros, enquanto os passes Soflusa Barreiro-Terreiro do Paço e Transtejo Cacilhas-Cais do Sodré sobem, respetivamente, 13,5 e 14,9 por cento.
O passe mensal urbano do Metro de Lisboa aumenta 11 por cento e o bilhete simples de uma zona sobe de 0.90 para 1,05 euros e o título ocasional mais vendido da STCP, no Porto, é o que sofre maior aumento (20 por cento) no tarifário da empresa.
Já a assinatura mensal do Andante, que integra a STCP, o Metro do Porto e a CP, aumenta em média 15,3 por cento em Z2, Z3 e Z4, as zonas mais vendidas.
Os aumentos são justificados pelo Governo com a necessidade de atualizar os tarifários "em função da evolução dos respetivos fatores de produção", mas, para a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, a medida abre portas à privatização das empresas públicas do sector.