in Destak/Lusa
O secretário-geral da conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável que decorrerá em junho de 2012, Rio+20, lançou nesta quarta-feira no Rio de Janeiro o site oficial em língua portuguesa voltado para os países lusófonos.
A sete meses do início da conferência da ONU, 20 anos após a realização da ECO-92 também no Rio de Janeiro, a organização lançou um portal virtual especialmente dedicado aos países de língua portuguesa para que participem das discussões preparatórias da Rio+20.
Sha Zukang e a equipa da ONU no Rio de Janeiro anunciaram a importância das cerca de 237 milhões de pessoas que falam a língua portuguesa, o sexto idioma mais falado no mundo, terem acesso a um portal de interação nos debates que vão rondar a Rio+20.
Segundo o diretor do Centro de Informações da ONU no Rio (UNIC-Rio), Giancarlo Summa, o portal online é um instrumento da Rio+20 voltado para a democratização do acesso às informações e debates sobre propostas para a conferência.
"O que está em jogo é a criação de um consenso global para a construção de um desenvolvimento sustentável a fim de conciliar o crescimento económico e a preservação do meio ambiente", afirmou Summa.
O diretor do UNIC-Rio adiantou ainda que no próximo dia 28 será lançada, no Rio de Janeiro, a campanha global "O Futuro que queremos", em inglês "The future we want", que integra as várias atividades que antecipam a Rio+20.
Para o diretor da divisão para o Desenvolvimento Sustentável do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU, Nick Zeth, o portal online beneficia não apenas o Brasil como também Portugal, Timor Leste e os países africanos de língua portuguesa.
"O portal para os países lusófonos é uma janela que representa o espírito da Rio+20, uma conferência de inclusão, solidariedade e de cooperação. A Rio+20 revigora o espírito da Eco-92 e traça um caminho sustentável para daqui a mais 20 anos", complementou.
Sha Zukang, por seu turno, admitiu que um dos maiores desafios para a Rio+20 é alcançar um consenso para o esboço do primeiro texto com compromissos finais adotado por parte dos 193 países-membro das Nações Unidas que será apresentado no evento.
"A Rio+20 não é uma imposição de um modelo de desenvolvimento único ou de protecionismo. O ênfase na economia verde é uma forma de lidar com decisões económicas, valorizar a natureza e colocar as questões sociais a frente na discussão", afirmou o secretário-geral da Rio+20.
Zukang defendeu que seja elaborado um "kit da economia verde", uma espécie de guia com exemplos de boas práticas mundiais, assim como destacou a necessidade da criação de um Conselho de Desenvolvimento Sustentável da ONU, a exemplo do Conselho Económico e Social das Nações Unidas (ECOSOC).
Nos próximos dias 15 e 16 de dezembro, haverá uma reunião interseccional na sede da ONU, em Nova York, para elaborar o formato e estruturar o conteúdo do documento final da conferência.
Já foram realizadas diversas reuniões temáticas preparatórias para a Rio+20 em cidades como Santiago, Cairo, Seoul, Adis Adeba, Copenhaga, Nova Delhi, Oslo e Varsóvia.