28.11.11

Proprietários de lares preocupados com elevado número de casas clandestinas

in TSF

Os proprietários de lares de idosos estão preocupados com o número de casas clandestinas e acusam a Segurança Social de não actuar de forma eficaz. O Governo responde com o número de encerramentos.

O presidente da Associação de Lares de Idosos, Casas de Repouso e Assistência Domiciliária (ALI) não tem dúvidas de que o mercado está dominado por casas ilegais. «Uma técnica da Segurança Social disse-me que nasciam todos os dias como cogumelos», alertou.

João Ferreira de Almeida apontou o dedo à Segurança Social, acusando-a de inércia na detecção dos lares ilegais, e mostrou-se convencido de que um dos factores para essa inércia é o custo do encerramento de lares.

A solução normalmente é mudar os idosos para misericórdias ou Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e ainda para lares particulares, disse.

«Um idoso que está numa casa clandestina e que não está subsidiado pelo Estado, se passa para uma misericórdia ou IPSS passa a estar subsidiado», o que faz a despesa do Estado aumentar, acrescentou.

Entre IPSS, misericórdias e particulares, existem cerca de 2000 lares de idosos em Portugal que acolhem mais de 80 mil utentes.

Cerca de um terço destes lares são particulares e cobram uma média de 1100 euros mensais a cada utente. Mais de 40 por cento são IPSS e um em cada quatro é uma misericórdia.

No total, os lares de idosos facturam todos os anos cerca de 750 milhões de euros.

Na resposta às críticas, a Segurança Social disse à TSF que entre Janeiro e Outubro deste ano encerrou 86 lares de idosos que não cumpriam a lei. De acordo com a mesma fonte, no total do ano passado tinham sido encerrados 36 lares. Ou seja, o número de encerramentos mais do que duplicou este ano.