in Jornal de Notícias
Um em cada quatro portugueses com dor crónica não segue o tratamento prescrito pelos médicos por falta de dinheiro, indica um estudo da revista "Deco Proteste".
Segundo o estudo, publicado na última edição da revista "Deco Proteste", os doentes queixam-se da rápida perda de eficácia dos fármacos prescritos, sublinhando o custo elevado do tratamento, que ronda os 77 euros/mês, a que se junta muitas vezes a despesa com o transporte até à unidade de saúde ou hospital e o preço das consultas privadas.
De acordo com os dados recolhidos, os custos apurados para o Estado e para as empresas são "de grande dimensão" uma vez que a dor mal controlada é a causa de cerca de 11 milhões de faltas ao trabalho todos os anos.
Os dados indicam que, no último ano, 28% dos portugueses faltaram ao trabalho nove dias em média por sentirem dores.
Os problemas nas costas e no pescoço são responsáveis pelo sofrimento da maioria das pessoas que responderam ao inquérito. Cerca de metade dos inquiridos revelou dores de cabeça e enxaquecas e quatro em cada 10 dores nos músculos e nas articulações.
Além de Portugal, o estudo foi feito ao mesmo tempo noutros quatro países - Bélgica, Brasil, Espanha e Itália - por organizações de consumidores e em todos as dores musculoesqueléticas lideram o 'ranking'.
De acordo com o estudo, a dor crónica (de forma continua ou persistente por mais de três meses) afecta 27% dos portugueses e um em cada três não tem acompanhamento médico.
A amostra do estudo da "Deco Proteste", que decorreu entre Janeiro de Março de 2011, abrangeu 2370 portugueses que responderam ao inquérito, cujos dados foram depois tratados "para assegurar a representatividade por idade, sexo, região e nível de educação", referem os responsáveis pelo trabalho.