in Jornal de Notícias
Cerca de 70% dos portugueses sentem-se cidadãos europeus e dizem que Portugal deve permanecer na zona euro, mas apenas metade considera que a adesão à União foi positiva e só 36,5% concorda com a austeridade "exigida" por Bruxelas.
Estas são conclusões de um estudo de opinião feito pela empresa Eurosondagem para o Instituto Europeu, da Faculdade de Direito de Lisboa, a que a agência Lusa teve acesso. A sondagem será divulgada no congresso internacional sobre os 25 anos da adesão portuguesa à então Comunidade Económica Europeia, que arranca, esta segunda-feira, em Lisboa e é organizado por aquele instituto.
Segundo o estudo, 69,6% dos inquiridos afirmaram que se sentem cidadãos europeus e 73,8% responderam afirmativamente à questão: "Portugal deverá continuar no euro?", enquanto 20% disseram que não e apenas 6,2% manifestaram dúvidas ou disseram não saber ou recusaram responder.
Apesar desta maioria clara de apoio à permanência na zona euro, só 36,5% disseram concordar "com as políticas de austeridade exigidas pela União Europeia", enquanto pouco mais de metade (52,5%) responderam não a esta questão.
Paralelamente, 53,6% disseram que "os actuais poderes da União Europeia" não são "adequados para lidar com a crise". Aqueles que pensam que sim são 33%.
Também foram apenas metade (50,5%) os que disseram que "os resultados da adesão de Portugal às Comunidades Europeias foram positivos". Nesta questão, 34,9% responderam "não" e 14,6% não responderam, disseram ter dúvidas ou que não sabiam.
Segundo a ficha técnica, o estudo de opinião foi feito entre 15 e 17 Novembro, através de entrevistas telefónicas. O universo é a população portuguesa com 18 anos ou mais, residente em Portugal Continental, e os resultados baseiam-se em 1010 entrevistas. O erro máximo da amostra é de 3,08%.