Cristina Oliveira da Silva, in Económico
O ministro do Emprego e da Segurança Social acredita que a taxa de desemprego possa ficar abaixo do previsto no Orçamento do Estado.
Falando à margem de um almoço promovido pelo International Club of Portugal, Mota Soares indicou que a taxa prevista no Orçamento do Estado é de 13,4% em 2015, salientando depois que o primeiro indicador do ano, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística, aponta para um valor inferior (13,3% em Janeiro).
“O número que nós inscrevemos do ponto de vista orçamental é um número conservador, é um número que eu acho que é perfeitamente possível de atingir e eventualmente até superar. Ainda estamos no início do ano”, referiu.
O almoço foi marcado por um período de perguntas após a intervenção do ministro. Durante o debate, um empresário afirmou que as empresas não conseguem saber junto da Segurança Social o eventual valor das suas dívidas. Em resposta, o ministro afirmou que “tem a noção” de que os serviços da Segurança Social têm de “se tornar mais amigos da economia”, admitindo que isso implique “algum investimento” nomeadamente em recursos informáticos.
“Percebo que o sistema da Segurança Social é complexo”, até mais do que “o sistema do fisco”, indicou Mota Soares, acrescentando que é preciso trabalhar para que a Segurança Social seja “mais rápida a responder” do que hoje. “Até porque uma das nossas grandes preocupações é sempre a de podermos manter as empresas abertas”, acrescentou.
Ministro não está preocupado com campanha eleitoral
Durante a sua intervenção, o ministro sublinhou várias acções do actual Governo e até deixou uma pergunta “de prevenção de riscos”: “Quem é que serve melhor a economia portuguesa?”. Mota Soares quis distinguir quem consegue manter a “coesão social” de quem quer “voltar à irresponsabilidade de um passado”, o que levou um elemento da assistência a questionar se o governante estaria a dar o pontapé de saída para a campanha eleitoral da coligação PSD/CDS.
“Não estou preocupado com isso”, respondeu Mota Soares. “Acho que o Governo ainda tem muito para fazer até se preocupar com a própria campanha eleitoral”, indicou. O ministro entende que o país atravessa um momento de “viragem” e que é preciso aprender com “erros do passado” para não os repetir.
Os participantes também questionaram o futuro da sustentabilidade da Segurança Social, com Mota Soares a defender um diálogo com o “maior consenso político”. Indicou, no entanto, que há “aspectos cruciais sobre qualquer sistema”, apontando para o crescimento e produtividade da economia e a natalidade.