24.4.15

“Preocupa número de crianças com fome”

Por A.P., C.S., in Correio da Manhã

Presidente da Cáritas comenta crise em Portugal e na Europa.

Correio da Manhã – O que se conclui da crise em Portugal?
Eugénio da Fonseca – Dois pontos muito preocupantes: o aumento da exclusão, pobreza social e infantil e o aumento da taxa de desemprego de longa duração. A União Europeia portou-se connosco com falta de solidariedade. Fomos massacrados.

– Como explica os números da taxa de pobreza infantil?
– É preocupante o número de crianças que chegam às escolas e infantários com fome. Há crianças pobres porque estão em famílias pobres, onde foi diminuído o abono de família, existiram cortes nos salários, diminuições nas pensões e desemprego. Por isso o aumento desta taxa em Portugal.

– Qual a solução?
– Portugal assinou um memorando que a economia não suportava. Devíamos ter feito um plano a longo prazo. Precisamos de planos adequados às pessoas e não copiados de outros países europeus, com realidades diferentes da nossa.

– Em Portugal, onde se sentiu mais a crise?
– Em todo o País. No Interior foi a desertificação e o isolamento. O Grande Porto, Lisboa e Vale do Tejo têm o maior desemprego. É onde dói mais.