Francisco Sarsfield Cabral, in RR
É ridículo desvalorizar a melhoria registada na taxa de desemprego. Os números confirmam uma certa recuperação económica. Mas a estrutura da nossa economia mudou.
São positivos os números do INE sobre desemprego no segundo trimestre deste ano: é a maior queda trimestral desde que há registo, colocando o desemprego em 11,9% da população activa. Há quebras significativas no desemprego jovem e no desemprego de longa duração.
É ridículo desvalorizar esta melhoria, como fizeram alguns políticos da oposição. Até porque o emprego aumentou 1,5% em relação ao primeiro trimestre de 2014. E aí já não contam os que emigraram nem os que desistiram de procurar trabalho.
Estes dados confirmam uma certa recuperação económica, com os empresários a preverem agora um aumento das exportações em 2015 superior ao que estimavam em Novembro.
Mas seria insensato esperar grandes baixas no desemprego nos próximos tempos. Não só porque o crescimento económico ainda é modesto, como sobretudo por causa da mudança estrutural da nossa economia: agora menos assente em sectores de mão-de-obra barata e mais em actividades que requerem menos pessoas.
E pessoas com boa formação, que nem sempre se encontram em Portugal. Por isso, há desemprego e falta de pessoal em várias empresas.