23.10.15

Erradicar a pobreza é possível, mas não é imediato

Mário Barros, in Jornal de Notícias

Há hoje pessoas que apesar de terem fonte de rendimento pelo trabalho, vivem já em situações de pobreza ou de grande vulnerabilidade sócio económica. A titulo de exemplo, podemos dizer que cerca de metade das mais de 500 pessoas que as equipas de rua da Comunidade Vida e Paz contactam todas as noites não são pessoas ainda a viver na rua, mas são pessoas em situação de elevada vulnerabilidade social e um forte risco de pobreza e de exclusão social”.

Henrique Joaquim lança o desafio comum a interventores (profissionais e voluntários), Investigadores. decisores políticos (locais e nacionais), organizações da sociedade civil e empresas para se interrogarem acerca das razões que levam a que esteja quase tudo na mesma. É urgente um abanão de consciências para combater uma certa resignação no combate a estes problemas sociais”. Ou seja. acabar com a pobreza é possível, mas não no curto prazo.

Contribuir para a mobilização de outros setores, envolvendo-os no A pobreza e a exclusão social andam muitas vezes ligadas, ainda que a primeira condição seja sinónima da segunda O relatório da Cáritas 0 aumento da pobreza e das desigualdades - modelos sociais justos são necessários”, apresentado em abril deste ano, revelou que Portugal foi o pais, dos sete mais afetados pela crise, aquele teve a maior subida da taxa de risco de pobreza e exclusão social no ano de 2014. Eugénio Fonseca, presidente da Cáritas Portugal. disse, então, ser “preciso tomar conta de toda a população portuguesa, mas temos de dar especial atenção aos grupos mais vulneráveis , que conjuntos vulneráveis são esses? Henrique Joaquim, presidente da Comunidade Além dos já devidamente Identificados. Hen- Vida e Paz, adianta; Se de facto continuamos
a ter os grupos Infelizmente já tradicionais a ip(e ai de risco viver a pobreza, cada vez mais se verifica a existência de outros grupos . E concretiza; de pobreza mais subiu Como solução, aponta um pacto alargado entre entidades públicas e privadas, desde os ministérios das áreas da Segurança Social e do Emprego, passando pela Saúde e Educação, às organizações da Economia Social e Solidária, até às empresas. Se a finalidade é a de que ninguém fique abaixo de um patamar mínimo de uma vida digna, então ninguém pode ficar de fora deste compromisso , declara.

Entidades como a EAPN Portugal - Rede Europeia Anti Pobreza são abrangentes no campo de atuação, ao promover, junto de pessoas em situação de pobreza, bem como de dirigentes Institucionais, a integração, ou Inclusão social, e a organização de ações que visem o desenvolvimento cultural, moral e físico das pessoas, reforçando a sua autonomia, sejam Idosos, deficientes, desempregados. famílias monoparentais. jovens em situação de risco. Imigrados, minorias étnicas e culturais, crianças maltratadas, pessoas sem abrigo ou outras. São já mais de seis dezenas de projetos nos quais a EAPN está envolvida, em matérias que vão desde a Inclusão e empregabilidade,à qualificação da intervenção social, à comunidade cigana, à escola contra a violência, entre muitos outros.

desenvolvimento de serviços e formas de Intervenção e de proteção social alternativas e de melhoria da qualidade de vida de pessoas ou grupos, prestando e dinamizando o necessário atendimento em centros especialmente construídos para esses fins, utilizando técnicas de ação social, apoio direto, de acordo com os meios materiais e técnicas próprias, encaminhamento com vista à resolução dos seus problemas, e formação em ordem à sua Integração social e Inserção sócio proflsslonal”.