21.10.15

Rede anti-pobreza pede medidas que vão à raiz do problema

Olga Telo Cordeiro, in Nordeste

Associação promoveu em Bragança acção de sensibilização no dia internacional pela erradicação da pobreza


As políticas de combate à pobreza não são as mais adequadas para terminar com as situações de carência económica. Quem o afirma é Ivone Florêncio, Técnica do núcleo de Bragança da EAPN – a Rede Europeia Anti-pobreza Portugal, para quem as medidas assistencialistas e os poderes atribuídos a instituições sociais não resolvem as causas que estão na base das situações de pobreza. “As instituições só podem aplicar as medidas que são criadas, e que vão no sentido do assistencialismo, como dar comida ou roupa, não são medidas que actuem nas causas da pobreza”, frisa a responsável.

De acordo com Ivone Florêncio, este ciclo só será quebrado quando as políticas visarem combater o que está na origem das situações de carência económica, sustentando que “enquanto se criarem apenas medidas paliativas e de emergência social, as pessoas vão manter-se necessitadas daquele apoio a vida inteira, porque a sua situação não foi alterada”. De acordo com os dados mais recentes, em Portugal há mais de 2 milhões de pessoas a viver abaixo do limiar de pobreza, ou seja, com menos de 411 euros por mês. Não há dados sobre o distrito, mas de acordo com a técnica do núcleo de Bragança, que trabalha com a maioria das instituições da cidade, “o número de pobreza tem aumentado, o número de procura e de famílias à procura de apoio crescente de famílias”.

O passado sábado, dia 17, foi o dia internacional para a erradicação da pobreza e para assinalar a data a entidade fez uma campanha em Bragança em que pedia que fossem escritas num mural propostas “para combater a pobreza, a exclusão social e defender os direitos humanos”. As sugestões de transeuntes e de utentes de instituições de solidariedade social de Bragança vão ser avaliadas e algumas delas poderão servir de base de trabalhos e projectos postas em prática pela EAPN. A juntar a esta acção de rua, a entidade apostou numa campanha com muppies que está nas ruas de sete municípios do distrito.