in Diário de Notícias
As famílias e as empresas portuguesas estão com cada vez maiores dificuldades para honrar os seus compromissos junto da banca, com o crédito malparado a voltar a crescer em maio, de acordo com os dados do Banco de Portugal.
No segmento dos particulares, o crédito em cobrança duvidosa na habitação cresceu em maio 20 milhões de euros para um total de 1,99 mil milhões de euros, enquanto que, no consumo, o crédito malparado subiu 12 milhões de euros para 1,34 mil milhões de euros, um novo máximo histórico. De acordo com o boletim estatístico do Banco de Portugal, hoje divulgado, mais de três por cento dos empréstimos concedidos pela banca às famílias estão qualificados como "malparado", o que corresponde a 4,3 mil milhões de euros. Já no crédito ao consumo, a situação agrava-se ainda mais com o malparado a ultrapassar a fasquia dos oito por cento (só na habitação a percentagem de incumprimento ainda está abaixo dos dois por cento).
Os cortes salariais, a subida de impostos e o aumento continuado do desemprego, resultantes do contexto económico adverso, levam os particulares a terem cada vez mais dificuldades em cumprir com os créditos contraídos junto da banca. Mas não são só as famílias, uma vez que também o peso do malparado entre as empresas subiu para cima da fasquia dos cinco por cento em maio (5,04 por cento).
Por outro lado, os números hoje divulgados pela entidade liderada por Carlos Costa demonstram que a banca continua a restringir a concessão de crédito. No total, em maio, foram concedidos empréstimos no valor global de 4,86 mil milhões de euros aos particulares e às empresas, menos 7,61 por cento do que no período homólogo em 2010 (menos 401 milhões de euros).