Por Pedro Crisóstomo, in Público on-line
O peso do crédito malparado sobre o total dos empréstimos contraídos por particulares voltou em Junho a atingir o valor mais alto desde 1998.
De acordo com dados preliminares hoje divulgados pelo Banco de Portugal (BdP), o crédito de cobrança duvidosa (crédito malparado) registou um peso de 3,05 por cento sobre o valor total de empréstimos concedidos pela banca a particulares.
À excepção de Abril e Maio deste ano, meses em que o peso do malparado já tinha atingido um novo recorde, é preciso recuar a Maio de 1998 – antes de Portugal aderir à moeda única – para que o peso face ao montante concedido estivesse na barreira dos três por cento.
No total, o malparado atingiu 4.317 milhões de euros em Junho, um valor próximo do observado nos últimos meses.
Por segmentos, verifica-se que o peso do malparado ao consumo voltou a aumentar para os 8,88 por cento, o que poderá explicar que os particulares começam por deixar de pagar o crédito ao consumo e, mais tarde, o crédito à habitação. Também aqui a taxa é a mais elevada desde que há dados disponíveis do BdP. Em termos totais, o total de empréstimos considerados crédito malparado ao consumo era de 1.356 milhões de euros.
Já o peso do crédito malparado na habitação manteve-se inalterado, representando 1,74 por cento do total dos empréstimos existentes, ou seja, 1.992 milhões de euros.