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Hoje celebra-se o Dia Mundial da Poupança. A família Ferreira, que tem trabalhado em articulação com a Deco, dá a cara pela poupança.O presidente do Tribunal de Contas é peremptório: sem poupar a actual crise não é ultrapassável.
O presidente do Tribunal de Contas deixa um alerta no Dia Mundial da Poupança, que hoje se assinala: sem poupar não vai ser possível ultrapassar a actual crise. “É indispensável compreendermos que a crise financeira, sobre cujos os efeitos ainda nos encontramos, só poderá ser ultrapassada se houver uma criação de recursos que permitam a recuperação e a criação de riqueza”, diz Guilherme d’Oliveira Martins à Renascença.
Até que ponto os portugueses conseguem poupar? A Renascença foi ouvir as pessoas: há quem tenha tirado os fi lhos do colégio particular; passe a levar almoço para o trabalho; vá ao supermercado de lista na mão e compre marcas brancas; passe a fazer férias em casa de familiares e amigos; corte nas despesas supérfl uas, como nas idas ao cabeleireiro e ao cinema; e acabe com créditos para evitar os juros altos.
Os truques da família Ferreira A família Ferreira é uma das muitas famílias que teve que poupar para responder às exigências da crise. Atacar o desperdício, ter um estilo de vida racional e sustentável não é tão difícil quanto parece. A família decidiu há um ano associar-se à Deco e revelou à Renascença pequenos truques, que ao final do mês, fazem diferença na carteira.
“Trocámos a lâmpadas incandescentes” por “lâmpadas economizadoras. Com menos potência e a mesma luminosidade. Logo aí, tivemos uma poupança considerável”, conta Nuno Ferreira. Colocar blocos de tomadas com botão para desligar o LCD e a caixa de televisão por cabo foi outro truque utilizado, bem como optar pela tarifa bi-horária na electricidade. “Aproveitamos o ciclo onde a hora é vazia para lavar a roupa ou a loiça”, conta Nuno.
Aprenderam “também a abrir o frigorífico apenas e só quando necessário”. Ao nível do consumo do gás, o problema resolve-se com painéis solares. Na água, os truques são simples. “Colocámos redutores de caudal nas torneiras da casa de banho, da cozinha e nos chuveiros, que nos permitem, com um caudal inferior, ter a mesma quantidade de água”, explica. E até os pequenos gémeos, Rodrigo e Santiago, de quatro anos, ganharam consciência do que significa poupar.
“Já começam a ter percepção, por exemplo que não podem - e eles gostam - de tomar banho de banheira cheia. Começam a perceber que não é uma boa prática não só pela água que gastamos, pela questão monetária, como para o meio ambiente”, diz o pai Nuno.
“Na energia, conseguimos mais ou menos 15 a 18 euros mês. Na água também consegui reduzir bastante. No consumo de combustíveis, foi quase na ordem dos 70 euros”, diz. Ao fi m de um ano, Nuno Ferreira diz que vale a pena. “Ter consciência de pequenas coisas que depois se traduzem em bastante ao fi nal do mês não nos custa nada”, conclui.