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O Centro Paroquial do Feijó, em Almada, tem assistido a um crescimento de pedidos de ajuda e detectado, sobretudo, novos casos de pobreza envergonhada.
“Já no ano passado, a partir de Novembro, começámos a notar este aumento, mas com maior afluência a partir de Maio deste ano. Há muita gente que vive tentando manter as aparências, mas que passa aí nas horas mais mortas para vir buscar um ou dois quilos de arroz”, explica o Padre Francisco Mendes.
São já 40 as famílias a pedir ajuda. A voluntária Carlota Martins não tem dúvidas de que a fome chegou àquela zona: “Já tive pessoas a abeirarem-se de mim que estavam a passar fome. É muito complicado e o esforço que fazemos perante esta situação. Não são situações fáceis”.
Dulceline Tavares é um exemplo de necessidade. Desempregada e mãe de quatro fi lhos, explica que, por vezes, passa fome para que os filhos possam comer: “Mãe é para isso. Às vezes tenho coisas para comer, mas se não chega dou a eles e fico sem nada. Já começo a sentir que a fome entra em casa”, explica.