Nelson Morais, in Jornal de Notícias
A cadeia de Coimbra foi palco, na segunda-feira, de uma rixa entre uma dezena de ciganos e outro grupo de reclusos, que obrigou aqueles a pedirem socorro. Houve murros, pontapés e cadeiras a voar, e três ficaram feridos. Mas o director-geral Rui Sá Gomes desdramatizou o episódio.
O caso começou cerca das 18 horas, quando um recluso protestou com outro do clã Monteiro, de Coimbra, por ele se demorar numa cabine telefónica da maior ala do Estabelecimento Prisional de Coimbra (EPC).
Juntaram-se logo vários indivíduos da mesma família cigana, que atingiram outro com um murro no nariz. Aí, surgiram reclusos em auxílio do esmurrado, alguns deles conhecidos por frequentarem o ginásio da cadeia, e "a coisa ficou bastante feia", contou Jorge Ramos, do Sindicato da Guarda Prisional, convencido de que a verdadeira origem do problema está na luta pelo controlo de negócios no interior do EPC.
Segundo Jorge Ramos, àquela hora, só estavam na cadeia dez guardas e um sub-chefe, por causa da greve de cinco dias, que termina na segunda-feira e recomeça no sábado, para mais cinco dias.
O EPC tem 455 reclusos e, naquela ala, estariam mais de 200. Os guardas fecharam a ala e os membros do Clã Monteiro, presos por tráfico de droga, foram violentamente atacados. E foram recuando, até suplicarem aos guardas que os deixassem sair da ala, que entretanto tinham encerrado, por segurança.